Descoberta a molécula que diminui a fome depois do exercício, anunciam pesquisadores

  • Nene Sanches
  • Publicado em 19 de junho de 2022 às 18:00
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Já sentiu que após uma atividade intensa não sentimos tanta fome? Pesquisadores americanos conseguiram imitar o efeito em ratos

Apesar do alto gasto de energia, é comum que, depois de um exercício físico intenso, o atleta não sinta fome. Na busca por alternativas para lidar com a obesidade, pesquisadores da Universidade de Stanford e da Escola de Medicina de Baylor, ambas nos Estados Unidos, conseguiram identificar a molécula responsável por essa queda de apetite — eles acreditam que, no futuro, pode ser criada uma pílula para mimetizar seus efeitos.

Os pesquisadores administraram a lac-phe em ratinhos obesos e os compararam com animais que receberam um placebo. Os camundongos que tomaram a molécula comeram 50% a menos nas primeiras 12h depois de receber o remédio, mas não houve aumento no movimento, ou no gasto de energia.

Segundo notícia do portal Metrópoles, a administrando a lac-phe por 10 dias, os ratos comeram 30% menos, perderam peso, e se mostraram mais tolerantes à glicose — porém, o efeito não foi observado em animais que não estavam obesos.

A molécula também está presente em humanos e cavalos. Os cientistas testaram o sangue de voluntários depois de vários tipos de exercício: o efeito é mais pronunciado depois de fazer atletismo e seguido por treinos de resistência (bicicleta, subir escadas). A quantidade de lac-phe depois de exercícios de força, como musculação, por exemplo, foi a menor entre as estudadas.

Em entrevista ao site New Scientist, o pediatra Yong Xu, um dos responsáveis pelo estudo, explica que a ideia é que a comunidade científica use as informações para criar alternativas de medicamentos para tratar a obesidade.

“Isso pode levar ao desenvolvimento de uma pílula que suprima o apetite de indivíduos que não podem se exercitar com facilidade por outras condições de saúde”, explica.

Os pesquisadores querem entender agora outros mecanismos que envolvem a lac-phe, inclusive seus efeitos no cérebro. A pesquisa foi publicada na revista científica Nature.


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