Número de contratados no setor calçadista de Franca é o menor desde 2009

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  • Publicado em 17 de abril de 2017 às 13:51
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:10
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Caged revela que indústria contratou 8% menos em fevereiro deste ano, mas setor se mostra otimista

O Ministério do Trabalho e Emprego divulgou os números de trabalhadores contratados e demitidos em todo o Brasil. Para as indústrias de calçados de Franca os dados não trouxeram boas notícias. De acordo com o levantamento, em fevereiro deste ano as fábricas contrataram 2.292 sapateiros e demitiram 434, o que resultou na criação de 1.858 postos de trabalho. Apesar de positivo, o número é 8% menor do que o registrado no mesmo mês de 2016, quando foram criadas 2.014 vagas.

De acordo com o presidente do Sindifranca, José Carlos Brigagão do Couto, ainda é possível ser otimista com o resultado. “O início do ano não foi bom, mas pelo menos não tivemos um resultado negativo, com mais demissões do que contratações. Esperamos que essas recontratações de começo de ano se sustentem um pouco mais”, disse ele.

O número total de funcionários trabalhando no setor também diminuiu. Em fevereiro de 2016, a indústria de calçados de Franca tinha 21.355 trabalhadores registrados em suas esteiras, neste ano a quantidade caiu para 20.779. O resultado é o pior dos últimos sete anos e similar ao observado em fevereiro de 2009 quando o CAGED contabilizava 20.630 trabalhadores. À época, o Brasil lutava para se recuperar da instabilidade econômica brasileira gerada pela crise deflagrada no mercado imobiliário americano em meados de 2008.

Desta vez, Brigagão acredita que a ameaça a estabilidade econômica do Brasil seja interna. “Em outubro de 2013 tínhamos 30.381 funcionários e alcançamos o auge de nossa produção. De lá para cá, fechamos 9.602 vagas. São quase dez mil famílias prejudicadas pela instabilidade política brasileira que afeta diretamente nossa economia. Por causa dela, os empresários deixam de acreditar em recuperação rápida e param de investir. Resultado: muita gente demitida no fim do ano não é recontratada no início do ano seguinte. E isso vem se repetindo desde 2013”, explicou Brigagão.

Brasil

Os números do CAGED mostram
também um descompasso das esteiras francanas com as do resto da indústria
calçadista brasileira. De acordo com o levantamento, o setor acumula no
primeiro semestre deste ano um crescimento de 52% em relação ao mesmo período
de 2016. Resultado semelhante é apontado para as contratações do setor
calçadista paulista: crescimento de 31%. Veja os números:


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