Como escolher um bom café? Mitos e curiosidades da bebida querida dos brasileiros

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 26 de abril de 2021 às 06:30
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Hoje, o café está inserido em um universo cheio de complexidade, com cuidados que muita gente nem imagina.

A segunda bebida mais consumida no mundo é também aquela que hoje serve como instrumento para aproximar ainda mais as pessoas.

A pergunta “vamos combinar um café qualquer dia desses?” poderia ser considerada universal quando o assunto é marcar encontro com pessoas queridas ou uma reunião qualquer.

O Brasil é considerado hoje o maior produtor de café do mundo, de acordo com a Organização Internacional do Café (OIC).

Segundo pesquisas divulgadas pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), a bebida é consumida em 97% dos lares brasileiros, perdendo apenas para a água.

“Café não é só café”, diz Renan Dantas, barista da Nestlé.

O barista explica que são mais de 300 variedades dentro de duas espécies mais comercializadas: Arábica e Canephora – a segunda possui o dobro de cafeína da primeira, que é mais encontrada nos cafés especiais.

Para qualquer leigo, cafés são todos iguais, só se percebe quando um é mais fraco ou mais forte.

O que muita gente nem imagina é que há cerca de 40 anos um novo mercado surgiu e tem dominado o cenário: o dos cafés especiais.

A ABIC desenvolveu uma metodologia de análise sensorial realizada por especialistas treinados onde o café é classificado em  4 (quatro) Categorias de Qualidade:  Extraforte, Tradicional, Superior e Gourmet.

Numa escala de 0 a 10 pontos, quanto maior a nota melhor é a qualidade, diz Monica Pinto, nutricionista e coordenadora de projetos da entidade.

Atualmente são mais de 1.000 marcas certificadas sendo 47% delas produtos premium. Após ter em mente como é feita essa seleção de qualidade, é hora de procurar a marca que mais lhe agrada.

Para isso, a especialista deu algumas dicas:

1) Verificar se o café possui algum tipo de certificação. Ela aconselha a experimentar mais de uma marca para ver qual atende melhor, uma vez que sabor e aroma são muito pessoais;

2) Optar por embalagens que preservem mais o café, verificando sempre a data de validade, com fabricação mais recente;

3) Comprar tamanho de embalagem de acordo com a quantidade que costuma consumir, para ter um café sempre fresco. Depois de aberta a embalagem só dura 30 dias – lembrando que o café não é perecível, mas ele é consumido pelo seu sabor e aroma e estes vão se perdendo pois são voláteis;

4) Caso haja possibilidade de moer em casa, optar pela forma em grão, pois tem o aroma e sabor mais preservado.

MITOS

a) – Vou tomar um café expresso para acordar.

Ao contrário do que muita gente pensa, o café expresso contém menos cafeína do que um café coado.

“Quanto mais a água estiver em contato com o pó, mais cafeína é extraída dele. No caso, o expresso possui um tempo muito menor do que o coado, consequentemente, ele tem menos cafeína. As pessoas acreditam que tenha mais pelo sabor ser mais intenso”, ressalta Boram.

b) – ‘Café do Brasil não tem qualidade.’

Geralmente existem vários mitos sobre a qualidade do café brasileiro. Sempre foi mal visto no mundo todo por ser um café produzido em alta escala. Entretanto, o país está cada vez mais liderando o mercado de qualidade, fazendo um trabalho de excelência com seus produtores.”

c) – Café na geladeira’

De acordo com o Head de qualidade da Um Coffee co., esse é um mito que muita gente repete.
“Café torrado não deve ser guardado na geladeira, a não ser que esteja muito bem isolado da umidade”, enfatiza.

d) – ‘Café bom precisa ser tomado sem açúcar.’

O café convencional, pelo ponto de torra, é muito amargo, por isso as pessoas adoçam muito. O café especial deve ser consumido sem porque ele tem todas as características para ser tomado dessa forma. Mas gosto de ressaltar sempre: o café tem que ser tomado do jeito que você mais apreciar, com ou sem açúcar, finaliza.


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