Instituto da Pesca dá dicas de peixes bons e baratos para a Semana Santa

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 27 de março de 2024 às 11:00
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Especialistas do Instituto da Pesca, agência estadual, ensinam as pessoas a escolher o tradicional pescado para a época de Páscoa

Para quem quer fugir dos preços altos de peixes na Semana Santa, uma recomendação vantajosa são os Peixes Não-Convencionais, conhecidos também como Penacos.

A dica é do Instituto de Pesca, órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que se dedica a estudar pescados.

Fora da lista dos peixes mais comprados nesta época do ano, como tilápia, salmão e o tradicional bacalhau, os Penacos são também saborosos e nutritivos, muito utilizados por populações de pescadores e ribeirinhos.

Os especialistas do Instituto de Pesca indicam o cioba, perna-de-moça, sororoca, abrótea e o betara como bons exemplos de Penacos.

“Muitas vezes, o pescado é visto como um tipo de alimento caro. Algumas espécies, porém, são comercializadas a R$ 5 o quilo. O problema é que o consumidor está acostumado a ouvir falar de salmão, atum, bacalhau e linguado, que são peixes comerciais e mais caros”, explica Rubia Yuri Tomita, pesquisadora do Instituto de Pesca.

Na hora de comprar

Thaís Moron, pesquisadora do Instituto de Pesca, também recomenda comprar o peixe inteiro. Isso porque há situações em que se comercializam filés já prontos, o que pode indicar que o alimento é mais antigo. Uma vez escolhido o peixe, o consumidor pode pedir para fazer o corte em filé.

Isso também vale para o camarão. Nesse caso, a recomendação é comprar o camarão inteiro e pedir para tirar a cabeça e a casca na hora.

“Um camarão sem cabeça ou descascado é sinal de ser mais antigo. Pode ser que ele não cause problema para o consumidor, mas já é uma matéria-prima mais antiga. A primeira coisa que acontece quando o camarão está começando a ficar velho é cair a cabeça”, explica Thaís.

Olho no peixe

Na hora de escolher o peixe para a Semana Santa, o consumidor também deve ficar de olho se a superfície do peixe está brilhante. As escamas devem estar bem aderentes, a guelra avermelhada e os olhos límpidos.

O consumidor deve escolher bem o local onde comprará o pescado e observar as condições do alimento. Locais malcheirosos devem ser evitados.

Thaís Moron explica que o odor só aparece quando o peixe está em processo de deterioração. “Se tiver cheiro ruim, compre em outro lugar. Com certeza, está tendo falta de higiene e de cuidado com a conservação do pescado”, recomenda Thais.

Benefícios do pescado

Além do peixe, há vários outros tipos de pescado que trazem benefícios à saúde. É o caso de crustáceos, moluscos e algas. Esses alimentos possuem proteínas de alto valor biológico, ou seja, os aminoácidos são absorvidos e digeridos rapidamente pelo corpo humano.

Além disso, as proteínas, micronutrientes, vitaminas e minerais presentes nos pescados ajudam na prevenção de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNTs), como obesidade e doenças cardíacas.

“Encaramos o pescado como alternativa saudável para doenças como obesidade, em que as pessoas consomem muitos alimentos ultraprocessados”, afirma Jéssica Levy, pesquisadora do Projeto Pescado para Saúde, do Instituto de Pesca. Ela lembra que a produção de pescados tem baixo consumo ambiental: usa menos água, menos área e polui menos.

“Aqui, no Brasil, temos uma variedade muito grande de peixe de água doce e água salgada. O consumo de pescado é importante em qualquer época da vida e do ano”, diz Jéssica.

Sobre o Pescado para Saúde

O Pescado para Saúde é um núcleo de pesquisa do Instituto de Pesca. Aprovado pela agência de fomento à pesquisa do Estado, a Fapesp, o projeto desenvolve estudos que exploram a relação entre pescado e saúde.

Além de instituições de pesquisa, como a Universidade de São Paulo (USP), a iniciativa também tem a participação de empresas brasileiras e estrangeiras do setor.


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