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Um aposentado de 71 anos criou uma biblioteca improvisada e gratuita em uma praça em Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

José Carlos Barbosa, o criador do projeto Livro na Praça, sempre teve o gosto pela leitura em sua família, e agora está incentivando os vizinhos a lerem mais também.

O aposentado recebe doações de livros de todos os tipos.

“Tinha um livro de advocacia aqui, que uma moradora disse que custava quase R$ 1 mil. E aí perguntou por quanto eu venderia o livro. Eu disse: eu recebi de graça e dou de graça para a senhora também. Aí, ela falou, mas isso é o seu trabalho. E eu disse: meu trabalho eu já tenho, sou aposentado. Fico feliz porque estou ajudando alguém na educação, na cultura. Sinto só orgulho do projeto”, diz.

No começo, quem passava pela praça estranhava a iniciativa, mas atualmente o projeto vem crescendo cada vez mais e se tornou um ponto de encontro dos moradores com a leitura.

Uma das frequentadoras mais assíduas da biblioteca é uma menina de 10 anos de idade. Geovanna Ester ama ler os livros sentada no banco da praça: “Eu gosto de ler alguns livros dali que são muito bons. Tem umas estórias lindas, muito boas”.

Aposentado trocou a sujeira pelos livros

O projeto Livro na Praça fica na Avenida Aldo Botelho, um lugar onde antes havia muito lixo. José Carlos trocou a sujeira pelos livros!

“Aqui só havia lixo e eu já tinha essa vontade de fazer esse projeto. Comecei a tirar o lixo daqui e a Comlurb foi levando o lixo até limpar o lugar”, lembra José Carlos.

Alguns voluntários, como a professora Vera Lúcia, ajudam a organizar o espaço: “Quando posso, ajudo a colocar os livros em ordem. Vem muita gente aqui, muita criança. Eles vêm procurar bastante livros de estorinhas”.

Outros ajudam a divulgar o projeto para mais pessoas, como a empresária Ana Costa: “Digo para todo mundo que temos o Livro na Praça, para que as pessoas venham ler. Eu me sento ali com minha netinha e fico contando estorinhas para ela. Ela ama”.

Próximo passo

José Carlos e sua família compartilham um outro sonho.

“Meu sonho era fazer um negócio melhor, com mais espaço, com um confortozinho qualquer. Tem esse barracão da prefeitura, que está fechado, na praça. Se pudessem arrumar ali, ia ser bom”, disse José Carlos sobre um quiosque que está desativado.

Segundo o portal Razões para Acreditar, a filha do aposentado, Aline Prado, espera que o espaço cresça e a ideia da biblioteca gratuita chegue a outros bairros.

De acordo com a Subprefeitura da Zona Oeste, foi solicitado à Fundação Parques e Jardins o desenvolvimento de um projeto para um novo espaço destinado à biblioteca na praça.

Além disso, a Secretaria de Cultura irá prestar assistência metodológica a José Carlos, bem como fornecer mais livros, treinamento e programações artísticas.

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