Com prova presencial, Fuvest 2021 cria plano para evitar contaminação; veja regras

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 8 de janeiro de 2021 às 20:00
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Pouco mais de 130 mil candidatos (inclui treineiros) disputam 8.242 vagas oferecidas pela instituição

Ao contrário das edições anteriores, o número de candidatos por sala será limitado – Foto: Arquivo/Jornal da Franca

A pandemia de Covid-19, que já matou 200 mil brasileiros e se mantém acelerada pelo país, trouxe à edição 2021 do vestibular da USP (Universidade de São Paulo) desafios inéditos para além da seleção de vagas.

Esqueçam as rodinhas de conversa entre candidatos antes do início da prova, a aglomeração para entrega de kits de apoio feita pelos cursinhos, o lanchinho dentro das salas e qualquer contato físico.

Para a prova da USP acontecer em plena pandemia será preciso muita distância entre as pessoas, zero aglomeração, uso de máscara e álcool em gel – costumes já inseridos no cotidiano desde que a doença causada pelo coronavírus saiu do controle.

No próximo domingo (10), a partir das 13h, será realizada a primeira fase do vestibular da instituição universitária do país mais bem avaliada em rankings internacionais, informa o repórter Diego Maia, da Folhapress.

Pouco mais de 130 mil candidatos (inclui treineiros) responderão a 90 questões objetivas a partir do conteúdo programático do ensino médio. Estarão sob disputa 8.242 vagas.

Outras 2.905 vagas da universidade estão reservadas para o Sisu (sistema de seleção do Ministério da Educação a partir de notas do Enem).

Sob a responsabilidade da Fuvest (Fundação Universitária para o vestibular), o exame precisou se adaptar às novas regras sanitárias para não ser adiado mais uma vez.

A primeira fase seria realizada no dia 29 de novembro do ano passado, mas acabou empurrada para janeiro de 2021 para que os candidatos pudessem se preparar melhor por causa de problemas relacionados à oferta e ao acesso de conteúdo via ensino remoto.

Para não perder o ingresso de novos estudantes neste ano, a Fuvest criou um programa de biossegurança que inclui todas as regras que os aplicadores da prova e os candidatos terão de seguir na primeira e na segunda fase do vestibular.

As novas regras foram colocadas em prática desde os encontros presenciais da banca de elaboração da prova, composta por pouco mais de 30 professores da USP, e seguirá até a fase de correção, com outros 330 profissionais.

Para este domingo, o mais importante é: não faça a prova presencial se você contraiu Covid-19 a partir do dia 1º ou teve contato com pessoas contaminadas. A mesma recomendação vale para quem está com os sintomas da doença.

A ideia do programa de biossegurança é transformar as 5.319 salas que serão usadas no certame numa espécie de espaços anticontaminação para Covid-19.

Matheus Torsani, médico assistente da Fuvest e o responsável pela estruturação do plano, diz que as salas ocuparão apenas 40% de sua capacidade, e os alunos ficarão distantes 1,5 metro uns dos outros.

A taxa de 40% de ocupação das salas integra as regras da fase amarela do Plano São Paulo para contenção da Covid-19, classificação dada para a maioria dos municípios do estado.

Mas caso as 34 cidades que sediarão a prova ingressem na fase vermelha, a mais restrita e que só permite o funcionamento de serviços essenciais, o vestibular não será prejudicado, diz Torsani.

“Tivemos a autorização do Centro de Contingência da pandemia, do governo de São Paulo, para aplicarmos o vestibular em qualquer fase pela excelência do nosso plano”.

Ele cita, por exemplo, o caso de Presidente Prudente, cidade que se mantém na fase vermelha do plano de enfrentamento à Covid-19 e mesmo assim sediará as provas da Fuvest neste domingo.

Ao entrar no local de prova, o candidato terá de usar máscara que cobre a boca e o nariz. O item de proteção é obrigatório e se alguém se recusar a usá-lo sofrerá sanções.

A pedagoga Belmira Bueno, diretora da Fuvest, diz que as pessoas que se negarem a ficar sem máscara durante a prova não serão impedidas de responder as questões.

Para evitar aglomerações, a Fuvest ampliou de 88 para 148 o número de locais de prova. Mesmo assim, há prédios como o da Uninove, da Barra Funda (zona oeste de São Paulo), com previsão de receber pouco mais de 3.500 candidatos.

Sabendo das possíveis aglomerações, a Fuvest abrirá os portões dos endereços de prova a partir do meio-dia – 30 minutos a mais em relação à edição 2020.

“Recomendamos que o candidato já procure a sua sala e lá permaneça até o início da prova para evitar tumultos e aglomerações desnecessárias”, afirma Torsani.

Na sala, as mesas terão uma tarja com a identificação de cada candidato e um sachê embebido de álcool em gel 70% para a limpeza do assento. Potes de álcool em gel também estarão à disposição dos candidatos.

Os 10.665 aplicadores e fiscais da prova usarão luvas, máscara e face shield no rosto. “As janelas das salas ficarão abertas para a circulação do vento natural, e os aparelhos de ar-condicionado não serão usados”, afirma Torsani.

Levem água e guarda-chuva, pois a previsão no dia da prova é de chuva, ao longo da tarde de domingo, na maioria das regiões do estado.

Comidas, como bolachas, chocolates e barras de cereal, serão permitidas, mas os candidatos terão de deixar a sala para se alimentar num espaço reservado “sem ganho de tempo para isso”, lembra Torsani.

Os candidatos terão cinco horas para responder a prova objetiva e poderão deixar a sala a partir das 16h deste domingo.

O protocolo sanitário da Fuvest é curinga: protege a saúde de quem disputa uma vaga na USP e a própria organizadora de questionamentos sobre possíveis contaminações nos locais de prova.


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