Saiba como se organizar com as contas nesse ano e evite atropelos de última hora

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 10 de janeiro de 2021 às 21:00
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Planejamento e organização são fundamentais para chegar a uma bom vida financeira

O ano começou com muitas expectativas de coisas boas, mas uma certeza: as contas vão chegar! IPTU, IPVA, matrículas, material escolar.

Estes são só alguns exemplos de contas desta época do ano. Se não houver organização e planejamento, a chance de criar dívidas é grande.

Conforme explica a professora e coordenadora do Sistema Universal de Finanças da PUC-RS (SUF), Kellen Fraga ao jornal “Correio do Povo”, de Porto Alegre, o endividamento ocorre quando o consumidor realiza uma compra e posterga o pagamento, seja por não ter meios para pagar no momento, ou por não querer utilizá-los na quitação.

“Quando o nosso planejamento financeiro não é posto em prática em razão de nos permitirmos encantar pelas facilidades do crédito fácil, ou gastamos mais do que poderíamos dados os nossos ganhos, o endividamento se torna uma consequência lógica”, relata.

São muitas as possibilidades, mas a única certeza é que o desequilíbrio financeiro logo no início do ano deve ser evitado.

“Estudar de forma antecipada os gastos que normalmente incorremos é uma forma de se precaver; comparar os gastos que estão por vir com os do ano anterior, buscando padrões que identifiquem cobranças recorrentes é também uma forma de se realizar ajustes e, consequentemente, evitar o endividamento, são algumas alternativas”, indica.

Planejamento é a solução para evitar dívidas
De acordo com Kellen, organização e planejamento são palavras-chave para o equilíbrio.

Ela explica que o planejamento acontece quando nos dedicamos ao estabelecimento de metas, isto é, o que nos propomos a cumprir em termos de economia de recursos em um determinado período, ao projetarmos nossos ganhos e nossos gastos.

Já a organização acontece quando transformamos estas informações em controles, sejam eles digitais, com diferentes aplicativos, com planilhas eletrônicas ou, simplesmente, por meio de um caderno de contas.

Independente da forma de se organizar, precisamos priorizar o estabelecimento de reservas de emergência e metrificar a própria vida financeira.

“Devemos ampliar o horizonte de nossas receitas e despesas, considerando o ano todo, e não somente uma parte dele. Nesse sentido, podemos identificar quais as contas são anuais e quais são mensais; quais os meses de maior desembolso financeiro, qual o esforço de poupança a ser realizado mês a mês. Certamente, esses são os principais passos iniciais no campo financeiro para um feliz ano novo”, orienta.

Uma dúvida comum quando se fala em planejamento financeiro é se os pagamentos devem ser à vista ou a prazo. De acordo com a professora, a primeira opção é, geralmente, a melhor alternativa ao comprar um produto ou contratar um serviço.

“O acesso ao crédito facilitado e a quantidade de parcelamentos têm se tornado uma situação-problema para muitas pessoas. Grande parte da população não compreende que, ao parcelar, contratará uma dívida futura. E uma operação de crédito onerosa pode atingir valores altíssimos, como 270% ao ano – média da taxa dos juros rotativos do cartão de crédito em 2020”, relata.

Kellen destaca que existem situações específicas em que o parcelamento pode vir a ser uma boa opção, desde que utilizado de forma prudente e consciente de seu custo efetivo.

“Isto é, o valor total da negociação, acrescidas as taxas, os tributos, os encargos, os juros e eventualmente até os seguros envolvidos. Mas o parcelamento não pode ser uma regra”, alerta.

Como se organizar na prática
A equipe do Sistema Universal de Finanças, que oferece de forma gratuita serviços de orientação financeira, preparou dicas práticas como realizar um planejamento e evitar dívidas. Confere:

– Crie metas realistas ao seu orçamento;

– Elabore um passo a passo para atingir as metas;

– Faça periodicamente um balanço do que foi atingido e do que ainda deve ser;

– Compartilhe suas metas com pessoas que também anseiam por uma vida financeira melhor;

– Invista em educação financeira, seja dedicando tempo à própria organização, ou buscando o auxílio de profissionais capacitados para lhe auxiliar; e, por fim, comece;

– Faça pesquisa de preços;

– Compare prazos e taxas, observando o custo efetivo mencionado; anteriormente, as taxas de administração em empréstimos e em cartões de crédito e outros custos reflexos;

– Perceba que uma taxa de juros relativamente baixa pode se tornar uma grande dívida se o número de parcelas for muito grande. Ao mesmo tempo, uma taxa de juros alta pode não significar uma dívida difícil de ser quitada;

– Contrate uma nova dívida somente para situações que requeiram urgência e extrema necessidade.


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