Fuga da poupança: agosto deste ano teve a maior retirada de recursos da história

  • Joao Batista Freitas
  • Publicado em 4 de setembro de 2021 às 09:00
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Economistas dizem que os números mostram um fluxo direcionado para o consumo de bens e serviços conforme volta a atividade econômica

Mais de R$ 10 bilhões saíram das contas de poupança durante agosto deste ano, batendo recorde para o mês

Em meio à alta do endividamento e juros mais elevados, agosto caminha para ser o mês com a maior saída da poupança da história, com exceção dos meses de janeiro, quando tradicionalmente as pessoas sacam dinheiro para pagar dívidas do início do ano.

Dados do Banco Central mostram que, até a última sexta-feira (27), esse saldo ficou negativo em R$ 10 bilhões no mês passado.

Na avaliação de especialistas, esse cenário está relacionado com as dificuldades que a população vem enfrentando de pagar as contas em um cenário de elevado desemprego e inflação alta.

“Tradicionalmente, a poupança tem saldo negativo quando se tem um cenário de crise. Em 2015, 2016, quando enfrentávamos retração da economia, quase todos os meses foram negativos”, aponta Guilherme Dietze, assessor econômico da FecomercioSP.

Complemento de renda

Segundo ele, “é natural que as pessoas saquem o dinheiro guardado como complemento da renda”.

Além disso, investimentos de renda fixa, como fundos e CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) vêm se tornando mais atraentes, o que faz com muitos poupadores mudem de aplicação.

Para alguns economistas ouvidos pelo portal 6 Minutos, parte da saída da aplicação está relacionada também com esse fator: os recursos podem estar migrando para fundos de renda fixa – que já atraíram quase R$ 200 bilhões neste ano — e CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), que também estão captando recursos em um ritmo recorde.


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