E-commerce segue em crescimento e representa 30% das vendas do setor calçadista

  • Marcia Souza
  • Publicado em 30 de setembro de 2022 às 18:30
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E-commerce representa 30% das vendas do setor calçadista

 

Tendência de mercado que ganhou impulso durante a pandemia de Covid-19 e as restrições sanitárias para contenção das contaminações, o e-commerce brasileiro cresceu quase 74% em 2020 e mais de 27% em 2021, chegando a mais de R$ 160 bilhões em faturamento.

Os dados são da Neotrust, empresa que monitora o ambiente digital. No setor calçadista não foi diferente. Conforme a Inteligência de Mercado da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), o aumento das vendas no e-commerce de calçados foi de 69% em 2020 e de 7,4% em 2021.

Segundo o mesmo levantamento, as vendas no canal digital responderam por 32,8% do total em 2020 e por 30,1% em 2021 – números semelhantes aos registrados pelo segmento nos Estados Unidos (34%) e Europa (33%).

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que o e-commerce é um canal de vendas em franca expansão para o setor calçadista, sendo que as empresas do segmento estão se preparando para atender a uma demanda crescente por parte dos consumidores.

“O receio de comprar calçados on-line está ficando no passado, pois tanto a indústria quanto o varejo estão preparados para atender, com agilidade, processos relativos ao pós-venda, caso de trocas e reembolsos, por exemplo”, avalia o executivo, ressaltando que há dez anos o canal representava 5,6% das vendas do setor.

Vicenza: crescimento de 382% desde 2019

Um dos cases que pode ilustrar o crescimento do e-commerce no ramo calçadista é o da Vicenza. Com uma produção diária de 1,2 mil pares de calçados femininos, a empresa de Igrejinha/RS comercializa, por meio de canal digital próprio cerca de 20% do seu faturamento total.

A diretora da marca, Rafaela Furlanetto, destaca que o canal vem ganhando importância desde 2019, quando a empresa criou uma flagship – loja conceito – para atuar no mundo digital.

“Em 2020, tivemos um crescimento no e-commerce de 216% em comparação ao ano anterior. Já em 2021, o crescimento foi de 166%, em relação ao ano anterior. Para 2022, a previsão de crescimento é de 129% no canal”, informa.

 

Segundo Rafaela, o crescimento do canal está atrelado às estratégias que a marca vem realizando ao longo dos últimos anos e a mudança de comportamento do usuário. “A influência do digital, principalmente com a vinda da pandemia, acelerou ainda mais esse comportamento. Marcas que não pensavam muito em e-commerce tiveram que pensar. E marcas, como a Vicenza, que já tinham uma presença no digital engatilhada, decolaram”, avalia. A empresária destaca que o processo também exigiu investimentos em exposição no ambiente digital, que contemplou mídia paga, CRM, atualização semanal do enxoval de comunicação e produtos do e-commerce, blog e redes sociais da marca como Instagram e TikTok. De janeiro a julho deste ano, a mídia paga (anúncios patrocinados) foi responsável por cerca de 33% do faturamento da empresa no e-commerce, de acordo com Rafaela. Além da mídia paga, a Vicenza reforça seu posicionamento nas redes sociais com o canal de CRM. “O mesmo já atingiu 22% de representatividade com envio de e-mails, pushes e até estratégias de SMS. A forte presença nas redes sociais também faz com que o engajamento e as entregas orgânicas da marca sejam excelentes”, acrescenta.

 

Linus: consumidor mais confiante no digital

A jovem empresa Linus nasceu em 2018 já voltada para o ambiente digital. Com foco em sustentabilidade (70% dos calçados são produzidos com fontes renováveis e 100% deles com materiais recicláveis), a marca, com sede em São Paulo/SP, tem duas lojas físicas, a Casa Linus e um quiosque no Shopping Eldorado, ambas na capital paulista. “A Linus é uma marca nativa digital, é natural que o e-commerce seja o nosso canal de venda. Porém, uma DNVB (digital native vertical brand) não precisa se restringir ao ambiente digital nem ao seu próprio site. Por isso, além das nossas lojas físicas, estamos em mais de 50 pontos de vendas físicos no Brasil e no site de várias dessas lojas parceiras, como Amaro e AVA Intimates”, comenta a CEO e fundadora da empresa, Isabela Chusid.

A empresária ressalta que o crescimento da venda de calçados nos canais digitais se dá pela mudança no comportamento do consumidor.

“As pessoas estão cada vez mais confiantes para comprar on-line, e a pandemia, sem sombra de dúvidas, foi um grande propulsor dessa tendência”, avalia, destacando que a marca tem uma forte presença nas redes sociais com posts orgânicos, mídias pagas, SEO (Search Engine Optimization), influenciadores e CRO (Conversion Rate Optimization).


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