Tecnologia no Brasil volta a crescer e país fica entre os 10 maiores do mundo

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 1 de abril de 2018 às 02:05
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:39
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Alta do setor foi de 4,5% e chegou a US$ 38 bilhões. Brasil está entre os 10 maiores mercados do mundo

O setor de tecnologia
brasileiro voltou a crescer em 2017 após amargar uma queda inédita no ano
anterior. Com o desempenho, o Brasil manteve a nona posição no ranking global e
permaneceu no grupo das 10 maiores potências do mundo.

No ano passado, as empresas de tecnologia no país
movimentaram US$ 38 bilhões, um crescimento de 4,5% em relação a 2016, segundo
dados divulgados pela Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes) na última
quarta-feira, 28 de março.

Os dados agregam os negócios fechados por companhias de
software, hardware e de serviços.

As empresas que vendem
equipamentos movimentaram US$ 19,5 bilhões, enquanto as prestadoras de serviços
e as desenvolvedoras de programas de computador e aplicativos geraram US$ 10,4
bilhões e US$ 8,2 bilhões, respectivamente. Os dados foram levantados pela IDC.
“Foi uma boa retomada”, afirma Jorge Sukarie Neto, vice-presidente do conselho
da Abes, diz, lembrando que o país já chegou a ser o sétimo maior mercado.

Ele
se refere à instabilidade política que, ao lado da crise econômica, fez os
investimentos em tecnologia se retraírem. “Até dois anos atrás, a gente tinha
crescimento de dois dígitos”, diz. O encolhimento começou a ser percebido em
2015, quando a alta nos negócios caiu para um dígito, e culminou em 2016,
quando a queda foi de 3,6%.

Projetos engavetados

Para Sukarie Neto, o crescimento em 2017 foi um reflexo do
reaquecimento da economia associado a uma maior confiança de empresários na
situação política, que os fizeram desengavetar investimentos em tecnologia que
haviam sido colocados em espera. “A tecnologia é fundamental para todos os
setores, do varejo ao financeiro. Nenhum setor consegue evoluir e ser produtivo
em mundo globalizado se não tiver investimento em tecnologia da informação. O
que vimos no Brasil em 2016 é que chegamos a uma situação econômica é que não
sabíamos se o país seria viável. Só depois do impeachment da Dilma, a gente
conseguiu ver uma luz no fim do túnel”, afirmou. 

Mercado maduro

O executivo da Abes aponta ainda que os montantes investidos
nos três segmentos de negócio denotam que o Brasil está se transformando um
mercado de tecnologia maduro.

Se, em
2014, 67% dos investimentos em tecnologia eram feitos em hardware, em 2017, esse
índice caiu para 51%. “Investimento em hardware significa que o país está numa
fase em que está construindo a infraestrutura ainda e não está investindo em
inteligência, em capacidade de processamento.”

No ano de 2017 o Brasil também
voltou a ampliar sua participação nos investimentos totais da América Latina.
Dos US$ 97,3 bilhões de negócios gerados na região, o Brasil foi responsável
por 39% –no ano anterior, a fatia do país havia sido de 36%.

Ainda
que tenha voltado a crescer, o mercado de tecnologia brasileiro ficou abaixo da
alta global, que foi de 5,5% e chegou a US$ 2 trilhões. Para 2018, a
expectativa da Abes é que o crescimento no mundo seja de 4,3% e o avanço no
país seja de 4,1%.


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