Empresas reforçam seleção on-line. Veja o que fazer no recrutamento virtual

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  • Publicado em 22 de junho de 2020 às 20:00
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:53
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Nas vantagens desse tipo de processo seletivo, está chance de atrair talentos de outras cidades e estados

Você já pensou em ser contratado por uma pessoa que nunca encontrou pessoalmente? Acredite: isso acontece e é algo mais comum do que se imagina com o recrutamento profissional on-line. 

Tal iniciativa funciona muito bem para quem busca emprego em tempos de coronavírus e as empresas já o utilizavam antes da pandemia. 

Mas uma entrevista virtual requer algumas atenções mínimas que o candidato precisa ter.

Priscylla agora é contratada no ramo de Tecnologia da Informação da Neurotech e dá algumas dicas para quem quer conseguir uma vaga durante este momento de crise causada pela covid-19.

“Primeiramente, é preciso não ficar desestimulado com a questão da pandemia. Há muitas empresas que querem contratar neste período. Segundo: não pode parar de procurar por oportunidades. Assim que conseguir uma oferta, é necessário encarar aquele momento como uma entrevista presencial, prestar atenção em como você se porta, nas respostas, no cuidado com o ambiente e na iluminação”, ensina Priscylla.

Tempo para fazer

O administrador Lucas Valente, de 24 anos, já conseguiu duas vagas usando o sistema de recrutamento on-line. 

A primeira foi de um estágio na Falconi em 2017. Agora trabalha na regional centro-oeste, área de logística da Ambev,  onde também ingressou por meio de um processo virtual.

“O bom das etapas on-line é que tem um tempo para fazer. Se um dia você não está tão bem, não acaba sendo prejudicado por isso”, diz.

Lucas adianta que durante as etapas teve que mostrar o domínio no inglês por meio de uma ligação. Também fez uma entrevista por vídeo. “Foi bem bacana, essa foi a primeira vez que conversei por telefone em inglês com alguém”, conta.

Lucas também adiantou umas dicas que acha importante. “Você precisa garantir que está em um momento tranquilo para realizar os testes. Estudar muito bem a empresa onde você pretende trabalhar. Precisa estar preparado. Dependendo de sua área, é até legal ter uma calculadora do lado. Deixar o ambiente calmo e tranqüilo. Esses são os principais pontos fora o preparo prévio”, ressalta.

A tecnologia possibilitou o processo de seleção virtual. “Já usamos esse meio há mais de 10 anos”, explica Marcia Bussolaro, gerente de Resource Management da Matera, empresa sediada em São Paulo, que se coloca como referência no mercado financeiro.

Marcia conta que o processo é feito 100% de forma não presencial. “No momento da entrevista, utilizamos a câmera como uma forma de estarmos mais próximos do candidato, até para que possamos nos ver, ainda que não pessoalmente, e conhecer um pouco mais”. 

A gerente também acrescenta as vantagens de ser recrutado de forma virtual e, posteriormente, trabalhar de casa.

“A maior parte do pessoal contratado de forma remota é de cidade pequena e não quer se mudar para uma cidade grande, onde geralmente fica a sede da empresa. Desse jeito, cada um consegue manter uma boa qualidade de vida”, ressalta Marcia.

A gerente de Resource Management também comenta que o recrutamento on-line deu tão certo na startup que eles vão ampliar essa forma de contratação.

Em busca de talentos

Patrick Gouy, CEO da Recrut.Ai, uma plataforma sediada em Pernambuco que ajuda as empresas a contratar talentos, conta que a corporação objetiva usar dados e pesquisas como uma forma de humanizar ao máximo o processo.

“Desde a primeira seleção, conseguimos resultados fantásticos. A primeira pessoa contratada na história da plataforma foi uma mulher negra, em um processo seletivo que era dominado por homens. Com esse modelo, os recrutadores começaram a selecionar perfis nos quais jamais selecionariam antes, como o de pessoas mais velhas”, afirma Gouy.

O CEO ainda conta algumas vantagens desse tipo de processo seletivo: “A nossa inscrição é super rápida, o candidato não perde tempo e a nossa análise de personalidade é feita de 15 perguntas abertas e universais, que qualquer pessoa pode responder”, ressalta.

Patrick Gouy também acredita que, com a pandemia, o processo vai ser acelerado: “As pessoas vão começar a perceber que elas podem contratar uma pessoa de qualquer lugar do mundo. Há mais leques de opções. Fazer isso de forma manual é muito difícil, quase impossível”, diz.

Ele também observa que é possível fazer o recrutamento de forma 100% on-line: “O processo consegue ser digitalizado muito fácil. Também criamos um aplicativo para usar como pré-entrevista, que dura até 5 minutos, no qual a empresa manda perguntas rápidas para o pré-candidato. Em seguida, ele responde usando a câmera frontal de um celular. A entrevista final também é por vídeo e, caso aprovada, a pessoa pode mandar toda a documentação já digitalizada”.

A Recruta.Aí oferece 400 tipos de cargos e tem no seu portfólio a contratação de 700 pessoas e mais de 65 mil candidatos inscritos.

Vantagens do processo remoto

“Com a contratação de forma on-line, podemos atrair talentos de outras cidades, estados e até de outros países”. 

É o que explica Catiane Tribess, analista de RH da divisão de agricultura da empresa global Hexagon, com escritório em Florianópolis (SC). 

“Já tivemos esses casos: dois brasileiros moravam no exterior e um veio da França para uma vaga de estágio, pois queria voltar ao Brasil. O outro, que ainda trabalha conosco como desenvolvedor, fez a entrevista totalmente on-line enquanto ainda morava na Itália”, comenta.

Catiane Tribess também fala das vantagens para o candidato: “Com a flexibilidade de horários, os candidatos ficam mais à vontade quando é on-line. Então, também traz mais essa facilidade, de quebrar um pouco o gelo”.

Transformação digital

Ela também explica os processos de contratação que a empresa adota quando o assunto é recrutamento on-line.

“Depois dos testes, o candidato passa por duas entrevistas: a primeira com o setor de RH, de caráter mais comportamental, e a segunda, com o líder do time”.

“Acredito que o futuro seja esse. Nós já contratamos uma plataforma para tornar o processo totalmente on-line. Já era o caminho, mas agora é certeza. A pandemia apenas acelerou a transformação digital”, alerta Catiane Tribess.

*Metrópoles


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