Veja quando é preciso se preocupar com a terrível e incômoda prisão de ventre

  • Joao Batista Freitas
  • Publicado em 16 de setembro de 2024 às 18:00
  • Modificado em 17 de setembro de 2024 às 13:13
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Especialista diz que em alguns casos, problemas de constipação podem indicar patologias mais graves, dentre as quais o câncer colorretal

Cerca de 30% da população sofre com constipação intestinal, segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP). O problema acomete, principalmente, o sexo feminino.

Entre as principais manifestações estão a dificuldade para defecar – com frequência menor do que três vezes por semana, a sensação de esvaziamento incompleto e as fezes endurecidas.

A Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) explica que, na maioria dos casos, a constipação é provocada pelo consumo insuficiente de água e fibras, presentes em vegetais, legumes e frutas, além da falta de atividades físicas. No entanto, também pode ser um sinal de patologias mais graves, já que é um dos sintomas de câncer de cólon e reto.

Hemorroidas

O câncer colorretal é o segundo mais frequente em homens e mulheres no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não melanoma, conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca), que estima o surgimento de cerca de 45 mil novos casos por ano no país, até 2025.

A constipação também torna o indivíduo mais propenso ao desenvolvimento de hemorroidas, por conta do esforço excessivo ao defecar, o que aumenta a pressão sobre as veias ao redor do ânus e pode causar fissuras e, em casos mais raros, o prolapso retal.

Quando a constipação acontece com frequência e é combinada com outras manifestações, como perda de peso, dor, cólicas e sangramentos, é preciso entender como um alerta para a necessidade de uma avaliação médica.

Detecção precoce 

Segundo a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), 85% dos casos de câncer intestinal são diagnosticados em fase avançada, quando a taxa de cura da doença é menor. Por outro lado, quando o diagnóstico é realizado de forma precoce, o paciente tem até 90% de chance de se curar.

Por se desenvolver de forma lenta, é preciso estar atento aos primeiros sinais e consultar um médico para o diagnóstico adequado.

A SBCO destaca que os sintomas não são exclusivos da doença e podem ser desencadeados por outros problemas intestinais. Prisão de ventre alternada com diarreia, dor abdominal constante e presença de sangue nas fezes são os sintomas mais comuns.

Emergência

Quando identificado o câncer, pode ser necessária a realização de uma cirurgia de emergência. De acordo com o Inca, o procedimento é o principal tratamento, sendo utilizado no início, quando o tumor é do cólon, ou em sequência à radioterapia e quimioterapia nos tumores de reto baixo.

Os principais fatores relacionados ao maior risco de desenvolver a doença são a idade igual ou acima de 50 anos, inatividade física, excesso de gordura corporal, consumo de embutidos e a ingestão de carne vermelha acima de 500 gramas cozida por semana.

Como melhorar o funcionamento do intestino

As doenças gastrointestinais, muitas vezes, estão relacionadas a alguns costumes adquiridos ao longo da vida, como a alimentação inadequada, o sedentarismo, o tabagismo e o estresse, conforme explica a FBG. Além disso, o hábito de adiar a ida ao banheiro e os efeitos adversos de algumas medicações podem colaborar para alterações intestinais.

A mudança desses hábitos pode melhorar o funcionamento do intestino e diminuir o risco de desenvolver problemas de saúde, como a constipação, a hemorroida e o câncer colorretal.

A alimentação saudável deve ser composta, principalmente, por alimentos in natura, minimamente processados e ricos em fibras. A ingestão de água também ajuda a diminuir a previsão de ventre e facilita a evacuação. Por outro lado, refrigerantes e bebidas com álcool e cafeína podem contribuir para a desidratação e agravar o problema.

Exercícios

Os exercícios físicos também ajudam a diminuir problemas intestinais, pois fazem com que os seus músculos trabalhem.

A prática regular é essencial para a saúde e evita a ocorrência de tumores. O chefe da Assessoria de Política de Prevenção e Controle do Câncer (Asccan) da Secretaria de Saúde (SES-DF), Gustavo Ribas, explica que os exercícios estimulam células imunomediadas (autoimunes), como os linfócitos T, que auxiliam o organismo no combate às células cancerígenas.


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