TSE admite atraso na divulgação dos votos por problema em sistema

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 15 de novembro de 2020 às 22:20
  • Modificado em 11 de janeiro de 2021 às 08:31
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Esta é a primeira eleição em que a totalização dos dados é feita toda pelo TSE, e não por cada um dos 27 TREs

Luís Roberto Barroso, ministro do STF e presidente do TSE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que a demora na divulgação dos resultados da eleição este ano se deve à lentidão no processo de totalização dos votos. 

Inicialmente, a Corte havia divulgado que não havia problema na totalização, mas uma falha na comunicação entre o sistema que computa os votos e o que divulga os resultados. Essa informação foi corrigida.

Esta eleição é a primeira em que a totalização dos dados é feita toda pelo TSE, e não por cada um dos 27 Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). Segundo a Corte, isso traria algumas vantagens, como economia e segurança.

“Em razão de uma lentidão no processo de totalização dos votos (soma dos votos), está ocorrendo um atraso para a divulgação dos resultados da apuração. Os dados estão sendo remetidos normalmente pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e recepcionados normalmente pelo banco de totalização, que está somando o conteúdo de forma mais lenta que o previsto”, diz trecho de nota divulgada pelo TSE.

Segundo a Corte, o problema está sendo resolvido pelos técnicos, mas não foi dada uma previsão de quando isso ocorrerá.

Mais cedo, o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, afirmou que houve uma tentativa de ataque para derrubar o site da Corte neste domingo, mas ela não foi bem sucedida. Além disso, houve um ataque mais antigo, possivelmente em 2001, mas cujos dados foram divulgados apenas agora, expondo informações pessoais de servidores.

Na nota divulgada neste domingo, o TSE ressaltou que “não há nenhuma relação com o vazamento de dados pessoais de servidores e nenhuma relação com a tentativa de ataque cibernético registrada pela manhã”.

No sábado, o secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, disse que, com a centralização da apuração no TSE, foi possível baixar os custos. Além disso, como não há mais 27 possíveis alvos de ataque, a vulnerabilidade diminuiu. Janino destacou que datacenter do TSE tem certificados internacionais de segurança.

No Rio de Janeiro, por exemplo, apenas 6,87% das urnas foram apuradas. Já em São Paulo, o atraso é maior, com 0,39%.

No primeiro turno das eleições municipais de 2016, até às 19h do domingo da eleição, o resultado já havia sido divulgado em oito capitais, entre vitórias de candidatos e definição da disputa para o segundo turno.

No Rio, por exemplo, às 20h30, já estava definido que o segundo turno seria entre os então candidatos Marcelo Crivella e Marcelo Freixo. Às 22h, 100% das urnas já tinham sido apuradas.

Há quatro anos, duas horas depois da eleição, já era possível saber o resultado em Salvador, Vitória, Belém, João Pessoa, Curitiba, Natal, Palmas e Macapá. Neste ano, as eleições em Macapá foram adiadas por conta do apagão que atinge o Amapá há mais de uma semana.


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