Preocupado com o câmbio? Como deve ser comportamento do dólar em 2022

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 29 de dezembro de 2021 às 17:00
  • Modificado em 30 de dezembro de 2021 às 09:56
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As facetas do “risco Brasil” não são os únicos elementos que a influenciar o câmbio porque há outros, como a taxa de juros dos Estados Unidos

A perspectiva de agravamento da crise fiscal e o horizonte político de 2022, ano de eleição presidencial, aumentam os temores associados ao chamado ‘risco Brasil’, que pode impactar na cotação do dólar.

Hoje em patamar considerado elevado, o valor da moeda americana costuma registrar flutuações mais acentuadas em períodos de incertezas, como aqueles que antecedem a escolha de um novo chefe de Estado.

“Toda vez que o cenário político e econômico do país parece mais incerto, o mercado responde de forma negativa e há uma tendência de buscar o dólar, por ser uma moeda mais forte”, explica o analista da corretora Guide, Victor Beyruti.

Segundo ele, em ano eleitoral, eventos que estimulem esse movimento são mais frequentes, porque está todo mundo de olho no que os candidatos fazem”.

Faixa de variação

Segundo o portal 6 Minutos, as projeções para o dólar de 2022 variam de R$ 5,50 a R$ 5,80, mantenho a moeda americana em patamar elevado. O C6 Bank revisou sua estimativa para o câmbio de R$ 5,60 para R$ 5,80 no final de 2022.

“A depreciação do real projetada para 2022 ocorre parcialmente em função da alta esperada da dívida líquida do governo no ano que vem”, afirma relatório do banco.

De acordo com projeção da Guide, a moeda estrangeira deve ter valor médio de R$ 5,55 ao longo do ano que vem, mas com variações mais amplas de preço, motivadas justamente pelas incertezas.

Aprovada em primeiro turno no Senado, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios estabelece limite para o valor despendido pelo governo no pagamento de dívidas de natureza judicial e abre espaço para R$ 106 bilhões a mais em investimentos.

Teto de gastos

Parte desses recursos serão utilizados no financiamento de parcelas mensais de R$ 400 aos beneficiários do Auxílio Brasil.

Na prática, a medida representa a ruptura do teto de gastos, política implementada em 2016, também por meio de emenda à Constituição, que limita os gastos da União ao Orçamento do ano anterior corrigido pela inflação.

Para a analista da XP Jennie Li, apesar de comprometer a saúde fiscal do país, a PEC dos Precatórios indica de quanto deve ser o aumento dos gastos públicos e de onde sairão os recursos para financiá-los

“Incertezas fiscais e políticas aumentam o dólar. Se (a PEC dos Precatórios) não passasse, seria pior, porque haveria mais incertezas. O governo poderia declarar estado de calamidade, por exemplo, aí seria mais incerteza, que é o que o mercado menos gosta”, argumenta.


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