Pesquisadores brasileiros identificam nova variante do coronavírus: a Gama plus

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 14 de agosto de 2021 às 11:00
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Projeto para sequenciamento do vírus verificou mutação na variante Gama na qual há características da variante Delta

Por enquanto, o sequenciamento só foi feito nas 502 amostras de maio. A grande maioria (95%) era da linhagem Gama.

Uma pesquisa realizada pelo projeto científico Genov, da rede de saúde integrada Dasa, identificou uma mutação na variante Gama – atualmente, a mais comum no Brasil e identificada inicialmente em Manaus – do coronavírus.

Chamada de Gama plus, a nova cepa possui características da Delta, originária da Índia e é mais transmissível. A informação é da revista Veja.

Entre maio e junho, o projeto Genov analisou 1.380 amostras de todas as regiões do Brasil. O Genov foi desenhado para sequenciar 30 mil amostras do vírus SARS-Cov-2 em até 12 meses.

Por enquanto, o sequenciamento completo só foi feito nas 502 amostras de maio. A grande maioria (95%) era da linhagem Gama.

Cepa

Destas, 11 apresentaram a mutação P681H, em que o aminoácido prolina é substituído pela histidina. A cepa foi encontrada em Goiás (5), Tocantins (2), Mato Grosso (1), Ceará (1), Santa Catarina (1) e Paraná (1).

Essa mutação de prolina para histidina já havia sido vista em outras variantes no mundo, incluindo todas as variantes de preocupação (VOCs, na sigla em inglês), mas não era muito comum na Gama.

“No entanto, temos visto um aumento em sua ocorrência nas amostras brasileiras”, explica o coordenador do Genov e virologista da Dasa, José Eduardo Levi.

Os pesquisadores do Genov também identificaram uma amostra da variante Gama com a mutação P681R, em que no lugar da prolina é notada a presença de arginina, típica da Delta.

Amostras

Foi em uma amostra de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. Em junho, foram identificadas três amostras da Delta no Paraná e uma no Rio de Janeiro, mas ainda não foi concluído o sequenciamento genômico.

“Ainda que sejam números referentes aos meses de maio e junho, são de grande importância epidemiológica pois nos ajudam a entender o comportamento e a evolução das variantes no Brasil”, afirmou José Eduardo Levi, coordenador do Genov.

Segundo ele, “são achados que reforçam a nossa percepção de que não devemos minimizar o risco que as variantes importadas para o nosso país, como a Delta, possam representar, mas que precisamos nos manter atentos para a evolução local da Gama.


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