Pesquisa revela que Covid possui maior variação genética em paciente com câncer

  • Nina Ribeiro
  • Publicado em 3 de março de 2021 às 16:30
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Estudo do Instituto Nacional do Câncer mostra um maior potencial de mutação do vírus por causa da baixa imunidade dos pacientes oncológicos

Estudo do INCA mostra um maior potencial de mutação do vírus por causa da baixa imunidade dos pacientes oncológicosEstudo do INCA mostra um maior potencial de mutação do vírus por causa da baixa imunidade dos pacientes oncológicos

 

Um estudo inédito feito por pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer mostra que o novo coronavírus tem uma capacidade de variação genética maior em pacientes com câncer.

Ou seja, o vírus Sars-Cov-2 tem um maior potencial de mutação no organismo de pacientes com câncer, do que os infectados que não têm câncer.

A hipótese mais provável é que a baixa imunidade dos pacientes oncológicos esteja ligada a maior variação do vírus. A pesquisa foi divulgada com exclusividade para a CNN Brasil.

O estudo foi realizado em 57 pacientes e 14 profissionais de saúde do instituto e foi publicado na revista Virus Evolution, da Universidade de Oxford, há duas semanas.

Os pesquisadores descobriram ainda que uma mesma paciente foi infectada por duas variantes do vírus, no primeiro contágio.

Esse é o primeiro caso de múltipla infecção pelas variantes do novo coronavírus relatado na literatura médica em pacientes com câncer.

O responsável pelos estudos, Marcelo Soares, explica que a diversidade genética do vírus em pacientes com câncer pode resultar no aparecimento de variantes mais transmissíveis ou mais letais.

Por isso, essas descobertas podem ajudar no controle e prevenção da pandemia.

O estudo sobre a múltipla infecção foi publicado na revista Infection Genetics and Evolution.

Para o pesquisador, a múltipla infecção pode gerar formas recombinantes mais agressivas do vírus ou que não sejam reconhecidas pelas vacinas existentes.

É possível que muitos casos definidos como reinfecção sejam, na verdade, a reativação de uma variante viral pré-existente no indivíduo infectado, esclarece o pesquisador Marcelo Soares.


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