compartilhar no whatsapp
compartilhar no telegram
compartilhar no facebook
compartilhar no linkedin
A campanha anual busca refletir sobre as questões e necessidades da saúde mental e emocional, na qual animais podem influenciar positivamente

Campanha Janeiro Branco também destaca a importância dos pets na saúde mental – foto Arquivo
Além do verão e das férias, o mês de janeiro é marcado por uma iniciativa importante: a campanha Janeiro Branco.
O objetivo é chamar a atenção da comunidade para as questões e necessidades relacionadas à saúde mental e emocional.
O que é o Janeiro Branco?
A ideia surgiu em novembro de 2013, quando o seu idealizador, o psicólogo Leonardo Abrahão, se viu preocupado e angustiado com o futuro profissional enquanto professor de instituições privadas de ensino.
“De repente, percebi: ‘estou angustiado com meu futuro profissional, estamos dentro do Novembro Azul, uma campanha sobre prevenção ao câncer de próstata, mas não existe campanha sobre temas da saúde mental, como angústia, depressão, ansiedade, falta de sentido na vida, autoestima etc.”, explica.
Ele decidiu então convidar seus amigos da psicologia para irem às ruas conversar com as pessoas, de forma didática e pedagógica, sobre saúde mental e qualidade emocional de vida.
A campanha se iniciou no início do ano seguinte, mediante divulgação de informações de qualidade e estratégias acessíveis para se investir mais em saúde mental.
Para isso, o Instituto Janeiro Branco realiza palestras, rodas de conversa, entrevistas midiáticas, workshops, caminhadas e panfletagens sobre o tema em todo o Brasil.
Em sua nona edição, a iniciativa ganha força com a presença dos pets, que muito têm a contribuir para a saúde mental de seres humanos.
A influência positiva de pets para a saúde mental de seus tutores
Não é novidade que os animais podem trabalhar junto a profissionais da saúde em intervenções com fins terapêuticos em humanos.
Este é o caso da equoterapia, uma forma de Terapia Assistida por Animais. Nela, os cavalos podem ser utilizados no tratamento de pessoas do espectro autista ou idosos, encorajando movimentos e criando um vínculo entre o animal e o paciente. Isso ajuda a liberar sensações de prazer e a beneficiar a autoestima e a autoconfiança.
Intervenções Assistidas por Animais, porém, não são o único meio através do qual os bichos contribuem para a saúde mental do ser humano.
Apenas o fato de ter um pet em casa – seja ele cão, gato, coelho ou qualquer outro animal – pode influir positivamente no bem-estar de um tutor.
Um estudo recente elaborado por especialistas em St Louis, nos Estados Unidos, e publicado na revista científica Plos One, entrevistou 1.535 adultos no país para medir seus níveis de depressão, ansiedade e felicidade.
O resultado evidenciou que aqueles que viviam com cachorros em casa diminuíram significativamente seus quadros depressivos.
Os tutores afirmaram sentir um maior “apoio social” na companhia de seus cães (70%), em comparação àqueles que não tinham animal em casa (65%).
Para os pesquisadores, isso demonstra que os animais podem contribuir positivamente para o bem-estar de seus tutores em tempos difíceis.
O Hospital Israelita Albert Einstein oferece serviços centrados no paciente, como a visita de animais aos pacientes internados. Por lá, já apareceram mais de 40 pets em visitas aos seus tutores.
Segundo Marcos Knobel, médico cardiologista do hospital, os benefícios ao paciente são claros. “Há um impacto positivo. (Ao vê-la), o semblante e a frequência cardíaca mudaram”.
“A pressão, que estava elevada, normalizou”, disse em entrevista ao site do hospital, em referência a uma de suas pacientes que recebeu a visita do pet.
Outra pesquisa, desta vez da Universidade de York, apontou que 90% dos seus 6.000 entrevistados afirmaram que os bichos os ajudaram a lidar melhor com as restrições impostas pelo Covid-19. Além disso, 96% disseram que os animais os auxiliaram a se manter ativos e em forma.
A médica-veterinária Lígia Issberner Panachão, especialista em comportamento, concorda.
“Ter um animal em casa faz com que a pessoa se locomova mais, ande mais do que andaria normalmente, potencializa as relações sociais”.
“Se o tutor isolado em casa passeia com o cachorro, tende a interagir mais com outras pessoas e a ter o seu estresse do dia a dia reduzido”, explica.
Além disso, ser responsável por outra vida pode contribuir para que você seja mais responsável consigo mesmo.
“Tanto o cão como o gato trazem benefícios para a saúde e bem-estar de forma geral, mas o cachorro ainda traz o benefício de poder fazer caminhadas, o que faz com que o tutor se exercite”, diz Lígia.
Segundo Leonardo, os pets cumprem papéis sociais importantes, como acompanhantes, confidentes, interlocutores, testemunhas, salva-vidas, protetores e promotores da saúde mental.
“A lealdade, o companheirismo, a doçura, a inocência, a inteligência e a amabilidade dos animais de estimação mudam e salvam as vidas de muitas pessoas pelo mundo afora”.
“Um dia teremos maior e melhor consciência disso: pets qualificam, favorecem e valorizam alguns dos melhores sentimentos que os seres humanos podem desenvolver, tais como amor ao próximo, compaixão, solidariedade e fraternidade sociais”, diz.
Se neste mês de janeiro você compartilha do sentimento de renovação e busca melhorar a saúde mental, cuidar de um bicho pode ser uma boa ideia.
No entanto, é fundamental ponderar sobre a responsabilidade que vem com a decisão. E, se optar mesmo por ser tutor de um pet, que tal adotar em vez de comprar?
*Informações Casa e Jardim