Impulsionadas por chinelos, exportações de calçados crescem 13,8%

  • Joao Batista Freitas
  • Publicado em 12 de dezembro de 2020 às 11:03
  • Modificado em 11 de janeiro de 2021 às 11:16
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No mês de novembro a indústria demonstrou tendência de recuperação no comércio internacional.

O incremento das exportações de chinelos (52% em volume), com valor médio menor, foi fundamental para o resultado - e para a discrepância entre os índices

Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, em novembro, foram embarcados 9,55 milhões de pares, 13,8% mais do que no mesmo mês do ano passado.

Em receita gerada, o mês 11 somou US$ 53,4 milhões, uma queda de 23,8% em relação ao mesmo mês de 2019. 

Conforme a Abicalçados, o incremento das exportações de chinelos (52% em volume), com valor médio menor, foi fundamental para o resultado – e para a discrepância entre os índices. 

No acumulado dos 11 meses do ano, foram embarcados 84,48 milhões de pares por US$ 598,73 milhões, quedas tanto em volume (-19,4%) quanto em dólares (-32,8%) em relação ao mesmo ínterim de 2019. 

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca dois fatores para a recuperação em novembro: o dólar mais valorizado sobre o real, que permitiu preços mais competitivos sem perda de rentabilidade para a indústria; e o desempenho do segmento de chinelos. 

“No mais, já existe uma tendência de recuperação no mercado internacional, que deve ser confirmada pela tão esperada vacinação contra a Covid-19 e a liberação dos comércios físicos”, avalia o dirigente.

Mesmo com a recuperação, para o ano de 2020, Ferreira projeta uma queda na casa de 27%. 

DESTINOS 

Entre janeiro e novembro, o principal destino do calçado brasileiro no exterior foi os Estados Unidos, para onde foram embarcados 8,5 milhões de pares, que geraram US$ 126,7 milhões, quedas de 22% em volume e de 30,9% em receita na relação com o mesmo período do ano passado. 

O segundo destino foi a Argentina, para onde foram enviados 7 milhões de pares por US$ 66,32 milhões, quedas tanto em volume (-25%) quanto em receita (-32,3%) na relação com o mesmo ínterim de 2019. Além da queda natural das importações totais dos “hermanos”, o Brasil ainda enfrenta o problema dos atrasos nas licenças para entrada no país vizinho. 

O terceiro destino do período foi a França, para onde foram embarcados 6,46 milhões de pares, que geraram US$ 52 milhões, quedas tanto em volume (-8,4%) quanto em receita (-0,7%) ante igual período do ano passado. 

Estados

Nos 11 meses do ano, o principal exportador de calçados do Brasil foi o Rio Grande do Sul, de onde foram embarcados 19,9 milhões de pares por US$ 266,9 milhões, quedas de 29,2% e 35%, respectivamente, ante período correspondente de 2019. 

O segundo exportador brasileiro do setor foi o Ceará, de onde partiram 29,27 milhões de pares, que geraram US$ 151 milhões, quedas tanto em volume (-15,6%) quanto em receita (-28,3%) na relação com o mesmo intervalo do ano passado. 

O terceiro maior exportador do período foi São Paulo, com o embarque de 5,8 milhões de pares por US$ 60 milhões, quedas de 19,3% e 37,7%, respectivamente, ante 2019.


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