Consequências do ronco vão além do incômodo causado aos outros

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 27 de setembro de 2018 às 21:08
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:02
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Seja você quem sofre com o problema ou o causa, o barulhão do ronco pode ser sério e tem tratamento

Seja você o roncador ou
o (a) parceiro (a) dele, saiba que esse barulhão tem tratamento e que as
consequências do problema vão além do incômodo causado aos outros.

Segundo Dalva Poyares,
do Instituto de Sono de São Paulo, o primeiro passo é definir se o ronco é um
sinal de apneia obstrutiva do sono, provocada por alterações anatômicas (como
crescimento das amígdalas, malformações da mandíbula ou da faringe, hipertrofia
da língua, como ocorre na síndrome de Down) e pela diminuição da atividade dos
músculos dilatadores da faringe.

A obesidade é um fator que piora o
quadro, estreitando as vias respiratórias. O resultado são pausas na respiração
que duram mais de 10 segundos e são consideradas anormais quando ultrapassam a
frequência de cinco por hora de sono.

A hipotonia dos músculos da faringe
ou falta de coordenação dos músculos respiratórios também podem causar o
estreitamento da passagem de ar pelas vias aéreas.

Em caso de apneia, o ronco e essas
pausas vêm geralmente acompanhados de hipersonolência durante o dia. Sono
agitado, engasgos durante o sono, aumento da frequência de urinar a noite,
alterações de memória e raciocínio e impotência sexual são outros sintomas
possíveis.

Os tratamentos da apneia incluem
emagrecimento, o uso de um aparelho de pressão positiva chamado CPAP e de
aparelhos intraorais (placas que ajudam a diminuir essa obstrução) e até
cirurgia. Cerca de 10% da população acima de 65 anos apresenta apneia
obstrutiva do sono.

Caso a fonte do ronco não seja a
apneia, as causas podem ser obstrução nasal e sinusite, afirma Poyares. Segundo
ela, um exame de polissonografia é determinante no diagnóstico.

O exame permite testar durante o sono
os potenciais elétricos da atividade cerebral, dos batimentos cardíacos, os
movimentos dos olhos, a atividade muscular, o esforço respiratório, a saturação
de oxigênio no sangue, o movimento das pernas e outros parâmetros.

Crianças também podem apresentar
apneia do sono, mas, segundo Poyares, a criança que ronca geralmente tem alguma
obstrução. O caso deve ser avaliado por um otorrinolaringologista pediátrico.

Diversos estudos mostraram que a
apneia do sono está associada a aumento na incidência de infartos do miocárdio,
derrames cerebrais e arritmias cardíacas. Por causa dos problemas que causa,
também aumenta o risco de acidentes de trânsito e de trabalho.

Em resumo, a apneia obstrutiva do
sono tem influência sobre os sistemas cardiovascular, neurológico e imunológico
e acaba repercutindo não só na qualidade de vida, mas na longevidade do
indivíduo.


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