Brasileiros em cadastro de inadimplentes chega a 40,5% da população

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 9 de março de 2018 às 12:05
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:36
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

A Região Sudeste é onde está concentrada a maior quantidade de consumidores com contas em atraso

A porcentagem de brasileiros com contas em atraso e
registrados nos cadastros de devedores em fevereiro chegou a 40,5% da população
com idade entre 18 e 95 anos, de acordo com dados do indicador do Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes
Lojistas (CNDL). A estimativa das entidades é que o Brasil tenha 61,7 milhões
de brasileiros com alguma conta em atraso e com o CPF restrito para contratar
crédito ou fazer compras parceladas.

Segundo o indicador, no mês de fevereiro foi
registrado um aumento de 2,71% no volume de inadimplentes em comparação ao
mesmo mês do ano passado. Em relação a janeiro, o aumento foi de 0,55%. “A
estimativa reflete o quadro de dificuldades econômicas que as famílias ainda
enfrentam, com o alto nível de desemprego e a renda ainda comprimida. Mas não é
só a conjuntura que explica fenômeno da inadimplência. Em muitos casos, o
descuido com as finanças leva à situação de descontrole e ao consequente atraso
das contas”, disse o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro.

A faixa etária na qual se observa o maior número de
negativados em fevereiro é a de 30 anos a 39 anos, o que representa 51% da
população dessa idade. Entre aqueles que têm entre 40 e 49 anos, 49% estão com
o nome sujo e, entre 25 e 29, esse percentual chega a 46%. Entre os mais
jovens, com idade de 18 a 24 anos, a proporção cai para 20%. Na população
idosa, considerando-se a faixa etária de 65 a 84 anos, a proporção é de 31%.

A Região Sudeste é onde está concentrada a maior
quantidade de consumidores com contas em atraso. São 26,7 milhões, o
correspondente a 40% do total de consumidores que moram no estado. A segunda
região com maior número absoluto de devedores é o Nordeste, com 16,49 milhões
de negativados, ou 41% da população. Em seguida, aparece o Sul, com 8,10
milhões de inadimplentes, 36% da população adulta.

Os dados mostram também que o volume de dívidas em
nome de pessoas físicas caiu 1,20% na comparação anual e 0,40% na comparação
mensal. Já por setor, aquele com maior alta nas dívidas abertas foi o de
comunicação, com variação de 10,20%, seguido pelos bancos, que teve avanço de
2,31%. Já os setores de água e luz e o de comércio observaram queda de,
respectivamente, 4,25% e 6,78%. Em termos de participação, os bancos detêm pouco
mais da metade do total de dívidas (50%). Em seguida, aparecem o comércio
(18%); o setor de comunicação (14%); e de água e luz (8%).


+ Economia