Abril terá uma bela “Lua Rosa”, chuvas de meteoros e eclipse solar raríssimo. Veja

  • Nene Sanches
  • Publicado em 4 de abril de 2023 às 18:00
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Tente admirar a Lua na primeira hora após nascer, bem próxima ao horizonte, pois efeitos ópticos fazem com que apareça ainda maior

O mês de abril exibirá fenômenos astronômicos de diversos tipos. Entre eles: uma bela Lua Cheia — apelidada de “Lua Rosa”, duas chuvas de meteoros e um raro eclipse solar híbrido.

Veja detalhes sobre cada um dos fenômenos, como e quando observá-los.

Dica: sites ou apps de astronomia (como Skywalk, Starchart, Sky Safari ou Stellarium) podem ajudar. Eles mostram a posição dos objetos no céu e mostram os melhores horários de visibilidade em sua região.

6/4: Lua Cheia:

A Lua cheia de abril é conhecida como “Lua Rosa” por algumas culturas do hemisfério Norte — mas isso não quer dizer que estará de fato colorida. É uma metáfora para o início da primavera (a estação das flores).

Por aqui, acabamos de entrar no outono, então a analogia não faz muito sentido. De qualquer forma, é uma nova oportunidade para observarmos a Lua em sua fase mais exuberante.

Ela nasce pouco depois do pôr do Sol, por volta das 18h30 — horário exato em sua cidade pode ser consultado nos apps.

Brilho máximo

A Lua ficará visível em seu brilho máximo durante toda a noite, atravessando o firmamento de um lado ao outro até se por a oeste, ao amanhecer.

Dica: tente admirar a Lua na primeira hora após nascer, bem próxima ao horizonte, pois efeitos ópticos fazem com que apareça ainda maior, por conta da perspectiva com referenciais terrestres (como prédios e árvores), e apresente belas variações de tonalidade (amarelada, alaranjada, avermelhada, rosada), devido à interação com a atmosfera e poluentes.

O dia seguinte (07) também é uma ótima oportunidade de observação, com nosso satélite ainda com 99% de iluminação. Mas nascerá um pouco mais tarde, por volta das 19h.

20/4: Eclipse solar híbrido (total e anular)

É o tipo mais raro de eclipse solar, que ocorre uma vez a cada uma ou duas décadas. Ele é muito rápido, com cerca de um minuto de duração.

É chamado de híbrido por começar e terminar como um eclipse anular (que forma um anel brilhante em torno do Sol), com um eclipse total (Sol totalmente encoberto pela Lua) no meio do caminho, dependendo de onde for observado.

O eclipse de abril vai acontecer no hemisfério Sul, mas boa parte dele será sobre o mar, entre o Oceano Índico e o Pacífico. Ou seja, infelizmente, não será nem um pouco visível do Brasil.

Assistir pelo YouTube

A boa notícia é que será possível acompanhá-lo por transmissões ao vivo a partir de alguns canais no YouTube.

Sua totalidade será visível apenas na Austrália Ocidental, no Timor-Leste e na Indonésia (Papua e Ilha Damar).

Já a fase anular poderá ser vista no Sudeste Asiático, em partes da Austrália, na Ilha do Norte na Nova Zelândia e na Micronésia. Navios de cruzeiro na região vão levar turistas para acompanhar o evento de pontos privilegiados.

23/4: Pico da chuva de meteoros Líridas

A primeira grande chuva de meteoros do ano fica ativa entre 15 e 29 de abril, atingindo seu pico entre os dias 22 e 24. Será mais intensa no Hemisfério Norte, onde poderão ser vistos até 20 meteoros por hora.

No Brasil, este número deve ficar em torno de 10; quanto mais ao Norte do país, mais chances de observar. O radiante — ponto onde os meteoros aparentam convergir — é a constelação de Lira (por isso o nome da chuva).

É um fenômeno bem visível a olho nu, sem necessidade de telescópios ou equipamentos especiais, de qualquer parte do país.

Basta procurar um local sem poluição luminosa, saber quando e para onde olhar, e esperar atentamente.

Surgem de qualquer ponto

A partir das 2h, olhe para a direção nordeste. Lira já terá despontado no horizonte (sua estrela mais brilhante é Vega). Um app de observação pode ajudar a encontrar este ponto. O bom é que a Lua não estará visível durante a madrugada nesta época, então o céu estará bem escuro.

Não é preciso olhar fixamente na constelação; os meteoros eles podem surgir de qualquer ponto nesta região do céu. Durante os dois dias seguintes, ainda há boas chances de observação.

Causada por resquícios do cometa Thatcher (C/1861 G1), a Líridas acontece todo ano nesta mesma época.

É quando a Terra, em seu movimento ao redor do Sol, cruza a órbita do cometa, onde flutua uma trilha de pequenas rochas e poeira deixadas nas passagens anteriores.

Segundo o portal Uol – Seção Tilt – durante quase um mês, algumas dessas partículas atingem nossa atmosfera em alta velocidade, causando as belas “estrelas cadentes”.


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