Inverno na região deve ser de temperaturas amenas e pouco frio; confira previsão

  • Nina Ribeiro
  • Publicado em 21 de junho de 2023 às 12:00
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Nova estação começa nesta quarta-feira (21) e pode ter até três frentes frias entre julho e agosto. Atuação do fenômeno El Niño deve contribuir para dias mais quentes

Inverno começa nesta quarta-feira, 21 – foto Arquivo

 

O inverno começa nesta quarta-feira (21) e, embora muita gente esteja esperando ainda mais frio do que o registrado nas últimas semanas, ele não deve ser tão rigoroso na região de Franca e Ribeirão Preto. A tendência é, inclusive, esquentar.

Isso porque, segundo a meteorologista Josélia Pegorim, do Climatempo, este ano a estação vai contar com atuação do fenômeno El Niño, responsável por elevar as temperaturas.

Ainda segundo ela, não é certo afirmar que o inverno será mais frio apenas porque fez frio durante o outono.

“O fato de estar fazendo frio agora não quer dizer que nosso inverno vai ser rigoroso, essa associação não é correta”.

“Esse ano, é o inverno com a presença do fenômeno El Niño e uma das influências do El Niño no Brasil é deixar a atmosfera mais quente, especialmente na região centro-oeste, no Sudeste do país”.

Josélia explica também que o inverno deve contar com até três novas frentes frias, que podem despencar as temperaturas novamente, mas o clima deve ser ameno na região na maior parte do tempo.

“Na primeira quinzena [de julho] teremos uma frente fria moderada a forte. A frente fria mais forte de julho deve ocorrer na segunda quinzena do mês e é possível que ocorra outra em agosto”, aponta.

Menor temperatura máxima e menor temperatura mínima

Na sexta-feira (16), Ribeirão registrou 17ºC, a menor temperatura máxima de 2023, ainda segundo Josélia.

“Tivemos a menor temperatura máxima deste ano. O recorde anterior de menor máxima era de 19°C, em 15 de maio, quando tivemos também a passagem de outra frente fria”.

No domingo (18), a cidade registrou 7ºC, menor temperatura mínima desde 16 de maio, quando os termômetros bateram 9ºC.

“Vamos ter a passagem de algumas frentes frias fortes, sim, alguns picos de frio, sim, mas este não será um inverno rigoroso no estado de São Paulo. Mas, sim, a temperatura ainda pode ficar até abaixo de 9ºC”, explica a meteorologista.

Frente fria deixou outono gelado

O outono gelado registrado na região é consequência de uma frente fria que entrou no estado de São Paulo trazendo mais nebulosidade e chuva, diz Josélia.

Segundo ela, isso explicaria a queda brusca nas temperaturas. A frente fria entrou no estado de São Paulo trazendo bastante nebulosidade e chuva.

“Esse frio todo, na verdade, é principalmente porque tivemos dias nublados com a presença do ar frio, então se você não tem o sol e aí com o ar frio, a temperatura realmente cai muito”.

“A população certamente sentiu demais, porque vínhamos de dias muito quentes, ensolarados. E aí veio essa frente fria, naturalmente, tem essa queda muito brusca de temperatura. Isso acontece em todas as passagens ou na passagem de muitas frentes frias”.

Frentes frias na região são continentais

A região de é conhecida pelas altas temperaturas e, quando o frio chega, a população acaba sentindo muito mais.

A meteorologista explica que isso acontece porque as frentes frias que chegam por aqui são chamadas de continentais, diferentemente daquelas que atingem a capital do estado, por exemplo, que são oceânicas.

“Este tipo de frente fria, que atua principalmente de forma oceânica, não tem muito impacto no norte de São Paulo. As frentes frias que realmente causam queda de temperatura muito acentuada no norte de São Paulo são frentes frias chamadas de ‘continentais'”.

Ainda segundo Josélia, elas, geralmente, acontecem em menor número que as oceânicas, por isso a região de Ribeirão acaba sendo mais quente.

“A característica deste tipo de frente fria [continental] é que o ar polar que vem junto com ela entra no interior do Brasil, em Mato Grosso do Sul, e aí o frio chega com mais força ao norte de São Paulo. Porém, as frentes frias continentais são em menor número do que as frentes frias oceânicas”.

As frentes frias oceânicas, por sua vez, são mais comuns no litoral e na capital, o que faz com que a temperatura nessas regiões caiam mais frequentemente.

“Muitas frentes frias passam pelo litoral de São Paulo no inverno, mas causam alguma chuva e maior queda da temperatura só no Sul e no Leste do estado, onde está a capital, por exemplo, porque estas regiões estão próximas do mar e sentem fortemente a entrada dos ventos úmidos marítimos, que são típicos da passagem de uma frente fria”.

*Informações G1