Quando a tristeza causa emagrecimento: especialista explica o que ocorre no corpo!

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 16 de agosto de 2021 às 16:00
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Períodos de luto ou tristeza podem ocasionar momentaneamente mudanças na alimentação, provocando casos de perda ou ganho de peso

tristeza emagrece

Períodos de luto ou tristeza afetam a alimentação

Há quem recorra à comida como recompensa ou conforto para aliviar tensões, estresses, ansiedades e tristezas, um hábito que ficou conhecido como “fome emocional”.

Mas há pessoas que reagem justamente ao contrário, pois elas rejeitam a ingestão de alimentos quando sentem emoções negativas.

Nesses casos, em vez de ativar o mecanismo de recompensa, o cérebro ativa o bloqueio e a repulsa à comida, segundo explica o médico Fernando Alves, endocrinologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBE).

Recentemente, famosas contaram nas redes sociais que emagreceram num período de abalo emocional.

Uma delas é Tatá Werneck, cujo relato é de que chegou a pesar 40 kg ao vivenciar o luto pela morte do ator Paulo Gustavo, vítima da Covid-19. Os dois eram amigos próximos.

A atriz também criticou seguidores que a “parabenizaram” pela magreza. “Eu me forçava a comer, tomava uns negócios saudáveis para engordar. Mas as pessoas me davam parabéns. Não era saudável. É muito doido pensar que alguém vê uma pessoa magra, que está deprimida, e fala: ‘Está ótima’. Ótimo é estar saudável”, escreveu a atriz.

A apresentadora e ativista Luisa Mell revelou a seus seguidores que estava abaixo do peso ideal, com 47 kg. Ela está se recuperando do fim do casamento com Gilberto Zaborowsky.

Nas redes sociais, assinalou: “Tem gente que engorda, eu emagreço com tristeza e problemas… Mas agora vou me amar, me cuidar e engordar”.

Problemas sérios

Segundo o endocrinologista, os períodos de luto ou tristeza podem ocasionar momentaneamente mudanças na alimentação, provocando casos de perda ou ganho de peso.

A princípio, isso não é grave, mas deve ser controlado para não evoluir para quadros de transtorno alimentar.

“Os transtornos, como a anorexia e a bulimia, podem causar problemas mais sérios, como déficit de vitaminas, impactando na produção de hormônios”.

“Muitas vezes, esse estresse constante pode aumentar a produção de alguns hormônios, como o cortisol, que tendem a alterar a sensação de fome”, observa o especialista.

Se a alteração na alimentação persistir por mais de duas semanas, às vezes acompanhada por fraqueza e indisposição generalizadas, com episódios de desmaios, é preciso buscar tratamento multidisciplinar, com psicólogos, endocrinologistas, nutricionistas e outros profissionais.

Fernando Alves acrescenta que é importante informar aos mais próximos sobre o abalo emocional, para que isso não provoque doenças mais graves.

“Não podemos deixar esses casos se banalizarem, falar que é um desleixo da pessoa, por exemplo, porque essa pessoa pode estar enfrentando várias outras dificuldades”, alerta o médico.

*Informações Metrópoles


+ Comportamento