Procon-SP aponta que gastos com alimentação foram os que mais aumentaram na pandemia

  • Robson Leite
  • Publicado em 23 de novembro de 2021 às 14:00
  • Modificado em 23 de novembro de 2021 às 14:58
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A pesquisa mostra pessimismo em relação à economia brasileira, com a maioria acreditando que os próximos meses serão piores do que hoje

No começo do ano, de 8/2 a 15/3/21, o Núcleo de Inteligência e Pesquisas da Escola de Proteção e Defesa do Consumidor do Procon-SP realizou uma pesquisa para mapear como a situação financeira dos consumidores foi afetada durante a pandemia da Covid-19.

A mesma pesquisa foi realizada no período de 20/9 a 18/10/21 com o objetivo de observar quais alterações ocorreram na percepção dos entrevistados, já que há sinais de recuo da pandemia e retomada da economia em razão, principalmente da flexibilização das medidas de isolamento.

Resultado 

A pesquisa foi respondida por 5.040 pessoas, sendo que 69,94% (3.525) delas afirmaram que sua renda individual diminuiu; para 23,63% (1.191,) permaneceu inalterada e somente para 6,43% (324), houve aumento.

Questionados sobre o motivo dessa diminuição, 34,87% (1.229) afirmaram ter sido em decorrência da paralisação parcial ou total de suas atividades de autônomo ou empresário; 24,65% (869) apontaram a causa como sendo da redução salarial;

Para 20,74% (731) a diminuição foi gerada pela necessidade de terem que passar a contribuir para a renda familiar em decorrência de desemprego e/ou morte na família e, para 19,74% (696) a queda foi em decorrência de demissão.

Importância da renda individual na composição da renda familiar

Foi questionado a todos os entrevistados, independentemente de ter havido alteração em sua renda, qual a importância de sua renda individual na composição da renda familiar.

Os resultados apontaram que 37,60% (1.895) são responsáveis pela totalidade da renda familiar; 36,31% (1.830), afirmaram ser responsável pela maior parte da renda familiar e 19,29% (972) informaram que são responsáveis por pequena parte.

Apenas 6,80% dos entrevistados têm renda desvinculada de uma família já que 4,52% (228) afirmaram que não contribuem para a renda familiar e 2,28% (115) não têm família.

Aumento nos gastos

A todos os entrevistados foi perguntado se consideram que seus gastos habituais tiveram aumento durante a pandemia e, a grande maioria, 90,99% (4.586), afirmou que sim. 67,34% (3.088) deles afirmaram que esse aumento foi em decorrência de gastos com alimentação.

O segundo aumento destacado no resultado foi observado nas contas de consumo, tais como, água, luz, gás, 22,85% (1.048).

Redução ou corte de consumos habituais

Foi questionado aos consumidores se precisou reduzir e/ou cortar seus consumos habituais, a grande maioria, 92,50% (4.662) respondeu que sim.

Sobre quais os setores que ocorreram essa redução a pesquisa disponibilizou algumas alternativas permitindo que o entrevistado escolhesse uma ou mais opções.

Os mais apontados foram: alimentação (3.332), contas de consumo (água, luz, gás), (1.893) e telefonia / internet (1.513).

Comprar só o essencial

Diante do resultado dessa pesquisa o diretor executivo do Procon-SP, Fernando Capez, orienta o consumidor para que valorize bastante seu poder de compra, comprando exatamente aquilo que está precisando.

“A compra tem que ser muito bem estudada e pesquisada, faça uma lista de suas prioridades, compre de acordo com essa prioridade; faça muita pesquisa e, antes de comprar, principalmente no comércio online, tome cuidado porque estão sendo aplicados muitos golpes, sites falsos, empresas que vendem e não entregam”.

“Há um clima de pessimismo entre os entrevistados, mas temos que olhar para frente e o Procon-SP estará atento fiscalizando práticas abusivas”, conclui Capez.

Veja aqui o resultado completo da pesquisa realizada de 20/09 a 18/10/21 (set/out).

O resultado da pesquisa realizada no período de 8/2 a 15/3/21 (fev/mar), respondida por 5.007 pessoas, pode ser consultada aqui.


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