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Cortes como acém e contrafilé tiveram alta de até 15% em supermercados no último mês
No supermercado em que faz compras em Ribeirão Preto, o representante comercial Álvaro Kato já percebeu que o quilo da carne subiu de um mês para outro. O contrafilé está 10% mais caro e o acém, 15%. “Caro demais, bastante. Aumentou muito esses tempos”, diz.
O que os consumidores sentem no bolso é reflexo de uma alta de 9,2% nas exportações em relação a 2018, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de carne, que reduziu os estoques no mercado interno.
Estimulado principalmente pela demanda de países como a China, que enfrenta problemas com criações e precisa importar, o comércio internacional ajudou a impulsionar o preço da arroba do boi no Brasil, que em outubro bateu a casa dos R$ 163 no estado de São Paulo, o maior na série histórica desde 1997.
Ao mesmo tempo, a oferta de carne diminuiu e a procura em território nacional não caiu, apesar das oscilações da economia, segundo o consultor em agronegócios José Carlos de Lima Júnior.
Nesse cenário, Lima Júnior, avalia, no entanto, que a elevação dos preços deve impactar muito mais no orçamento de quem produz do que dos consumidores nos próximos meses. “O pecuarista vai precisar repor os seus plantéis, então ele vai estar pagando por um bezerro um pouco mais caro, o que é natural. Mas para o lado de nós consumidores, a probabilidade de você ter um aumento muito expressivo é muito reduzida, até porque a economia está muito lenta e, se nós tivermos um aumento muito alto, simplesmente não haverá consumo”, explica.
Enquanto isso, os consumidores recorrem à pesquisa e à substituição de produtos para amenizar o aumento nos gastos com supermercado. A aposentada Maria Elisa Cicillini aproveita para fazer estoque no congelador quando encontra promoções de peças inteiras. “Se pudesse eu comprava todo dia, porque não está dentro do meu padrão econômico, mas quando tem promoção compro porque que compensa”, diz.