Estudo da USP mostra que solução salina pode inibir a replicação do coronavírus

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 10 de setembro de 2021 às 18:30
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Caso a eficácia seja comprovada em testes clínicos, a descoberta pode colaborar para a criação de estratégias de prevenção e tratamentos para a Covid-19

Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) elucidaram o mecanismo bioquímico pelo qual a solução salina hipertônica inibe a replicação do vírus SARS-CoV-2, causador da covid-19.

O estudo, publicado na revista ACS Pharmacology & Translational Science, foi realizado em células epiteliais de pulmão infectadas com o novo coronavírus.

Caso a eficácia seja comprovada em testes clínicos, o achado pode contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias profiláticas ou mesmo tratamentos para a covid-19.

Dada a gravidade da pandemia, os pesquisadores acreditam que seria importante avançar nesse estudo e realizar testes clínicos. A reportagem é do site Viva Bem, no UOL.

Hipertônica

O objetivo é verificar a eficácia do uso de spray e de nebulização com solução hipertônica de cloreto de sódio [NaCl] como forma de profilaxia.

“Isso ajuda a diminuir a disseminação do vírus no organismo infectado e a reduzir as chances de uma inflamação mais grave”, diz Cristiane Guzzo, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).

A investigação teve apoio da FAPESP e contou com a participação dos pesquisadores Edison Durigon , também do ICB-USP, e Henning Ulrich, do Instituto de Química (IQ-USP).

Evidências

Os autores ressaltam que, embora as evidências sugiram que o uso da solução de cloreto de sódio iniba a replicação do vírus, o achado não representa uma proteção total contra a infecção – muito menos a cura da doença.

Trata-se de uma medida muito simples e barata, já utilizada como profilaxia para outras doenças respiratórias e que poderia minimizar a gravidade da COVID-19 ao reduzir a carga viral.

“Ela poderia ser adicionada aos protocolos de segurança, sem substituir o uso de máscaras, distanciamento social ou a necessidade de vacinação”, destaca Guzzo.


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