Como a Europa, Brasil deve enfrentar nova onda de covid-19, mas com impacto menor

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 21 de março de 2022 às 08:00
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Queda de restrições e avanço de subvariante da Ômicron devem provocar crescimento em novos casos, porém com menor impacto

A nova onda de casos de covid-19 vivenciada na Europa deve ocorrer também no Brasil, afirmam especialistas de saúde, segundo uma notícia publicada pelo portal GZH. A expectativa é de que haja aumento de infecções, mas impacto menor em hospitalizações e mortes, graças à maior cobertura vacinal.

A avaliação ocorre com base na experiência de ondas anteriores – que surgiram antes no Velho Continente e chegaram ao Brasil entre um e dois meses depois – e o avanço da BA.2, a subvariante da Ômicron cerca de 1,5 vezes mais transmissível. A cepa começa a dominar nações europeias e deve chegar ao Brasil.

“(Na nova onda europeia) há flexibilizações e variante transmissível, a BA.2. No Brasil, cerca de 30% das pessoas não tomaram duas doses e apenas 30% tomaram três. Tudo isso aumenta a probabilidade de ter nova onda”, afirma o cientista de dados Isaac Schrarstzhaupt, coordenador da Rede Análise.

Segundo ele, “o Reino Unido está agora com 100 a 150 mortes por dia. Se transpormos isso para o Brasil, seriam de 300 a 500 mortes por dia”, acrescenta.

A alta cobertura vacinal no Brasil deve barrar o grande crescimento de casos graves, mas eventual aumento de hospitalizações e óbitos deve ocorrer, concentrado em não vacinados ou indivíduos sem a terceira dose.

Hoje, o Brasil possui 74% da população com duas doses e 34% com o reforço – o primeiro índice é considerado alto e o segundo, baixo.

A combinação de alta cobertura vacinal de duas doses e grande número de pessoas já infectadas pode preservar o Brasil de nova onda com grande impacto.

“A combinação desses dois fatores pode fazer com que, no Brasil, a nova onda não seja tão grave como na Europa, especialmente em número de óbitos. A tendência é de que novas ondas sejam cada vez menos fortes, pelo menos em gravidade, não em capacidade de infecção”, afirma Pedro Hallal, professor de Epidemiologia na Universidade Federal de Pelotas.


+ Saúde