Auditoria será implantada na Santa Casa de Barretos para descobrir situação real

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  • Publicado em 13 de novembro de 2016 às 20:28
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:01
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Levantamento preliminar já aponta dívida acumulada de R$ 15 milhões apenas nos últimos cinco meses

Henrique Prata quer levantamento completo no hospital (Foto: Diario Online)

O presidente da Fundação Pio XII, Henrique Prata, anunciou na semana passada que realizará por conta própria uma auditoria para aprofundar a análise sobre a situação financeira da Santa Casa de Barretos.

Segundo Prata, um levantamento preliminar já aponta dívida acumulada de R$ 15 milhões apenas nos últimos cinco meses. Ainda segundo o gestor, a Justiça determinou a suspensão dos pagamentos atrasados, até o fim da sindicância.

A instituição enfrenta uma grave crise financeira, com atraso no pagamento de médicos, funcionários e fornecedores, e consequente suspensão de cirurgias eletivas há três meses. Prata garantiu, porém, que todos os serviços e atendimentos serão normalizados.

“Os médicos abriram o peito, abriram o coração e deram uma trégua para eu mostrar um plano inteligente de como podem ser bem remunerados. Este ano, a remuneração está baseada ainda na forma que vem sendo feita. No ano que vem será diferente”, explicou.

Gestora da Santa Casa até outubro, a Prefeitura de Barretos passou a administração para a Fundação Pio XII, que é a mantenedora do Hospital de Câncer, no último dia 28, com o objetivo de solucionar a crise financeira interna.

“O momento agora é assumir e tentar resolver o cotidiano, o mais simples, começando por estabilizar a relação financeira entre a instituição e os colaboradores. Este mês é o primeiro que eles estão recebendo no dia certo e na hora certa o pagamento deles”, disse Prata.

Prata também afirmou que implantará na Santa Casa o mesmo modelo de atendimento humanizado que existe no Hospital de Câncer, e que é referência nacional em tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“A disciplina de humanização vai nascer como em todas as gestões que eu tenho, porque sem isso eu não tenho a benção de Deus. Eu não preciso ter dinheiro, eu preciso ter a bênção de Deus”, afirmou.

Entenda a situação

A situação da Santa Casa levou os vereadores a instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a gestão do hospital nos últimos 16 anos. Entre as questões analisadas estão contratos com médicos, serviços terceirizados e um empréstimo de R$ 25 milhões junto ao Banco do Brasil.

Em 8 de agosto, o corpo clínico anunciou que realizaria apenas cirurgias de urgência e emergência, alegando que alguns médicos não recebiam os salários há até cinco meses. A equipe também se queixou de más condições de trabalho, como equipamentos obsoletos e falta de materiais.

Dois meses depois, a assessoria do hospital divulgou nota para tornar público outro impasse: o Estado exigiu a devolução de R$ 315 mil repassados entre março e abril 2013, em convênio para compra de materiais de consumo e serviços médicos. Segundo o comunicado, foram identificados problemas na prestação de contas.


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