Pesquisadores criam câmera que pode ser carregada por insetos

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 20 de julho de 2020 às 15:00
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 20:59
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Câmera é a primeira a fornecer uma visão geral do mundo sem prejudicar a mobilidade de um inseto

Foto do besouro com a câmera, divulgada pelos criadores

Todos os anos empresas como a GoPro conseguem incluir cada vez mais funcionalidade em câmeras de ação cada vez menores e menos invasivas de usar. Mas uma equipe de pesquisadores da Universidade de Washington conseguiu construir uma câmera sem fio de transmissão ao vivo tão pequena que até um inseto pode usá-la.

A câmera — desenvolvida na Escola de Ciência da Computação e Engenharia Paul G. Allen, da Universidade de Washington financiada por uma bolsa da Microsoft e da nacional Science Foundation — é a primeira a fornecer uma visão geral do mundo sem prejudicar a mobilidade de um inseto.

Não é pequena e leve o suficiente para ser presa a uma mosca, mas, com cerca de 250 miligramas, a câmera foi transportada com sucesso por um besouro de ferro e um besouro pinacato, que pode carregr cargas de mais de meio grama em inclinação íngreme e até subir em uma árvore.

Em termos de qualidade de imagem, a pequena câmera que os pesquisadores desenvolveram é inferior à presente no iPhone de 13 anos atrás. O sensor é de baixa resolução, preto e branco e envia vídeos para um smartphone conectado a uma taxa de 1 a 5 frames por segundo.

Para expandir seu campo de visão, a lente da câmera pode ser girada lado a lado cerca de 60 graus, permitindo que um operador remoto rastreie um alvo ou gere um panorama de maior resolução, sem que um inseto ou um robô igualmente pequeno precise se mover ou se reposicionar, que consumiria energia adicional.

Dado seu tamanho e abordagem de baixo consumo de energia, as habilidades de transmissão da câmera são igualmente limitadas, com uma conexão Bluetooth que atinge uma distância máxima de aproximadamente 120 metros, exigindo que um operador remoto esteja sempre próximo da câmera o tempo todo. 

Ao transmitir sem parar, a câmera pode funcionar por até duas horas, mas, para estender isso, os pesquisadores incluíram um acelerômetro para capturar e transmitir imagens apenas quando o besouro está em movimento. Isso pode aumentar a vida útil da bateria da câmera para mais de seis horas.

A câmera recém-desenvolvida também foi usada para criar um robô autônomo igualmente pequeno que pode se mover a velocidades de cerca de 2 a 3 centímetros por segundo. Isso pode não parecer rápido, mas já supera os robôs existentes nessa escala. 

À medida que a tecnologia melhora e sai da fase de pesquisa, não demorará para que você saiba como é ver as coisas no ponto de vista de uma mosca.


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