Se reforma for aprovada, milhares vão ter que adiar benefício em Franca

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 9 de agosto de 2017 às 08:40
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:18
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Adiamento para poder ter direito ao benefício do INSS poderá ser superior a 15 anos

Muitos trabalhadores, em Franca, fazem as contas de quanto tempo ainda terão de trabalhar para se aposentar se mudarem as regras da Previdência no país. Cláudio Silva, de 41 anos e sapateiro há 25, está preocupado. Ele se aposentadoria por tempo de serviço em no máximo dez anos. Se mudar, ele terá de trabalhar pelo menos mais duas décadas contribuindo com o INSS.

“É complicado, porque mesmo nos períodos que trabalhei sem registro eu contribuí. Agora vejo que terei de me arrastar em uma esteira que quiser me aposentar, é revoltante”, afirmou o trabalhador, que mora na zona sul de Franca.

Se aprovada em seu texto original, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287, a Reforma da Previdência, fará com que nenhum contribuinte, que em 2015 tinha menos idade que 45 a 50 anos, consiga se aposentar até 2030. 

A afirmação é parte do estudo Estimativa de Aposentadorias em 2030, da série Ensaio & Conjuntura, da Fundação Seade, que avaliou a realidade demográfica do Estado de São Paulo e as perspectivas futuras caso as regras sejam alteradas como propõe o governo federal.

No Estado de São Paulo, ainda segundo projeções da Seade, o número esperado de aposentados pelo Regime Geral de Previdência Social, em 2030, poderá ser 41,89% menor em relação à situação sem a reforma: uma diminuição de 7,5 milhões para pouco mais de 4,3 milhões. 

Para chegar às estimativas, a Seade realizou uma série de projeções e cálculos que levaram em conta a tendência de envelhecimento populacional, as regras atuais aplicadas para a aposentadoria e as mudanças propostas. Os pesquisadores da fundação também consideraram os números atuais de pedidos de aposentadoria por invalidez — uma situação que foge do modelo convencional — para que o impacto destes casos pudesse ser contabilizado nos resultados do estudo. 

De acordo com a Seade, as projeções demográficas do Estado de São Paulo, até 2030, mostram que a estrutura etária da população paulista é favorável ao sistema previdenciário — na medida em que o segmento em idade potencialmente ativa, que corresponde ao conjunto de indivíduos que podem estar ocupados e contribuindo para a previdência, continua crescente.


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