Artesãs de Delfinópolis tentam sobreviver com fibra de bananeira. Saiba como

  • Teo Barbosa
  • Publicado em 8 de fevereiro de 2021 às 12:01
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A fibra de bananeira faz parte da nossa história, através dela muitas vidas foram melhoradas

Grupo de artesãs que buscam sustentabilidade através de peças produzidas com fibra de bananeira

Além do turismo que está crescendo no Município, a cidade de Delfinópolis vem ganhando ações de seus moradores no fomento ao turismo.

E um grupo de mulheres, que forma a Associação Arteiras da Canastra, tentam sobreviver desenvolvendo atividades com fibra da bananeira.

A situação se tornou mais grave com a crise da pandemia, mas o grupo composto por 14 mulheres que produz diversas artes utilizando a fibra de bananeira e outros materiais naturais como matéria prima em Delfinópolis (MG) tem buscado rendas e sua sustentabilidade.

Com uma proposta sustentável e uso de material de fácil acesso, as artesãs de um dos maiores produtores de banana de Minas Gerais aos poucos recuperam as vendas.

As artesãs já se pronunciaram a diversos órgãos de comunicação. Por exemplo, numa das entrevistas ao G1, disseram que a atividade ficou estagnada em 2020.

Ao flexibilizar a situação, elas apostaram no celular como ferramenta de contato com lojistas da cidade. Agora, as mulheres estão trabalhando com grupo reduzido e medidas de prevenção ao coronavírus. As que fazem parte do grupo de risco estão produzindo em casa.

O grupo foi criado em 2019, fundado por três mulheres da cidade, Silvia, Nailse e Carina. Elas criam artes como fruteiras, bonecas, luminárias, guirlandas, imagens sacras, presépios, entre outros.

Em toda arte produzida, são usados como material a fibra da bananeira, que antes era descartada pelos produtores. Além disso, elas também utilizam sementes, palhas e folhas, materiais que também eram inutilizados anteriormente.

O artesanato na cidade está cada vez mais fortalecido, muito disso é graças ao trabalho da Associação de Artesãos e Artistas de Delfinópolis Mãos da Canastra (AAADMC), onde produzem diversas artes utilizando a fibra de bananeira e outros materiais naturais como matéria prima.

A Prefeitura de Delfinópolis e a Câmara Municipal, apoiam e reconhecem as obras de artes confeccionadas por essas guerreiras, pois o artesanato é uma excelente ferramenta de expressão cultural e popular da nossa gente, além do fortalecimento econômico das famílias envolvidas.

Além de fonte de renda, Silvia afirma que o artesanato mudou a vida de todas do grupo de forma positiva.

“A fibra de bananeira faz parte da nossa história, através dela muitas vidas foram melhoradas. Não só na questão da geração de renda, mas ajudou na autoestima, reforçou o fato de que somos fortes e capazes. Neste curto espaço de tempo ganhamos visibilidade, e com isso mais apoio”.

Capacitação

As Arteiras da Canastra foram capacitadas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para trabalharem com a fibra de bananeira. Também receberam o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), quanto à modernização, burocracia e expansão das vendas.

Com a grande busca do público por artesanatos e produtos regionais, o Senar lançou um guia virtual para aproximar os comerciantes e produtores dos consumidores, aumentando a divulgação e facilitando a possibilidade de vendas. O download do guia pode ser feito através do site.

Com as peças das Arteiras da Canastra, o Senar convidou o grupo a fazer parte do guia e, com isso, as artesãs acreditam que a ferramenta pode ampliar ainda mais a recuperação nas vendas durante a pandemia.

“Apesar de recém-lançado, já tivemos uma visita pela indicação do guia. Acreditamos que vá ser uma ferramenta bastante útil”, contou Carina.


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