Novo coronavírus sofre mutações quase que semanalmente – entenda como acontece!

  • Rosana Ribeiro
  • Publicado em 31 de agosto de 2021 às 18:30
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O coronavírus Sars-CoV-2 sofre mutação quase uma vez por semana – uma taxa 50% maior do que se pensava antes

Mutações do novo coronavírus são muito maiores do que se pensava

 

O coronavírus Sars-CoV-2 sofre mutação quase uma vez por semana – uma taxa 50% maior do que se pensava antes.

A nova estimativa está em um estudo, publicado em 24 de agosto, no jornal científico Genome Biology and Evolution.

A pesquisa indica que a taxa de mutação anterior não incluía todas as variantes do coronavírus existentes, pois algumas delas nunca foram sequenciadas.

A descoberta contou com a participação de pesquisadores da Universidade de Bath e da Universidade de Edimburgo, ambas no Reino Unido.

Dessa vez, os cientistas consideraram mutações prejudiciais à sobrevivência do Sars-CoV-2.

Normalmente, essas variações tornam os genes do vírus mais curtos ou comprometem a função das proteínas virais, como a proteína spike, auxiliadora do coronavírus na hora dele invadir as células.

É comum que esse tipo de cepa não sobreviva no paciente por tempo suficiente para ser sequenciada, por isso havia ficado de fora dos cálculos anteriores.

Porém, ao incluírem essas alterações, a equipe notou que a seleção natural favorece mutações com aminoácidos estáveis, ou seja, que não precisam ser produzidos pelo organismo com tanta frequência.

“Achamos que estamos vendo isso porque o vírus está sob forte pressão seletiva para se replicar rapidamente (…)”, explica Atahualpa Morales, colaborador do estudo, em comunicado. “Portanto, usar aminoácidos com uma vida útil mais longa significa que é menos provável que você tenha que esperar por suprimentos [para sua produção].”

Além disso, a pesquisa mostrou também que o Sars-CoV-2 pode evoluir em pacientes com quadros de Covid-19 que duram algumas semanas, mas as chances são baixas.

“Nem todas as notícias são ruins porque a maioria das pessoas transmite e elimina o vírus antes que ele sofra uma mutação total, o que significa que a chance de evolução dentro de um paciente geralmente não é tão alta”, pondera Laurence Hurst, professor que liderou o estudo.

Ainda assim, a nova taxa de mutação indica que há mais espaço para a evolução do vírus do que se imaginava antes.

A ideia dos pesquisadores agora é descobrir porque as variantes desvantajosas escaparam dos cálculos.

“Com o grande número de genomas do Sars-CoV-2 agora sequenciados, podemos dizer algo sobre quantas e porque essas mutações estão ausentes, apesar do fato de que não podemos estudá-las totalmente diretamente”, diz Hurst.

*Informações Revista Galileu


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