Newsletter do jornal New York Times mostra efeito desolador da pandemia na educação

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 4 de janeiro de 2022 às 16:00
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Newsletter do do jornal New York Times diz que a pandemia de Covid-19 criou uma crise sem precedentes para as crianças americanas

Ônibus escolares parados em Detroit (Foto: Emily Elconin/New York Times)

A newsletters do jornal New York Times abordou nesta terça-feira (04) um tema sensível, que é o efeito da pandemia de Covid-19 nas crianças americanas.

Embora restrito ao cenário americano, a divisão de tópicos no comentário de David Leonhardt, que escreve The Morning todos os dias da semana, serve para a realidade de muitos países, inclusive o Brasil.

O jornalista diz que há muito tempo está ciente de que a pandemia estava afetando a vida das crianças. Mas até passar um tempo reunindo dados e lendo relatórios não entendia o quão alarmante a situação havia se tornado.

O boletim informativo da manhã desta terça-feira (04) oferece uma visão geral dessa crise.

Abaixo do normal

Segundo ele, as crianças ficaram muito para trás na escola durante o primeiro ano da pandemia e não recuperaram o atraso. Entre os alunos da terceira à oitava série, os níveis de matemática e leitura estavam todos abaixo do normal neste outono, de acordo com o NWEA, um grupo de pesquisa.

As deficiências foram maiores para alunos negros e hispânicos, bem como alunos em escolas com altos índices de pobreza.

“Não vimos esse tipo de crise de desempenho acadêmico em toda a memória”, disse Michael Petrilli, do Instituto Thomas B. Fordham.

O jornalista diz que muitas crianças e adolescentes estão enfrentando problemas de saúde mental, agravados pelo isolamento e a interrupção da pandemia.

Departamento de Emergência

Três grupos médicos, incluindo a Academia Americana de Pediatria, declararam recentemente um estado nacional de emergência em saúde mental infantil. Eles citaram “aumentos dramáticos nas visitas ao departamento de emergência para todas as emergências de saúde mental”.

As tentativas de suicídio aumentaram ligeiramente entre os meninos adolescentes e acentuadamente entre as meninas. O número de visitas ao Departamento de Emergências por suspeita de tentativas de suicídio por meninas de 12 a 17 anos aumentou 51 por cento do início de 2019 ao início de 2021, de acordo com o C.D.C.

A violência armada contra crianças aumentou, como parte de um aumento mais amplo do crime em todo o país. Em Chicago, por exemplo, 101 residentes com menos de 20 anos foram assassinados no ano passado, contra 76 em 2019. Os tiroteios em escolas também aumentaram: o Washington Post contabilizou 42 no ano passado nos EUA, o maior número já registrado e 27 em 2019.


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