Mortalidade do câncer de mama quase dobra no Brasil; confira as principais causas 

  • Robson Leite
  • Publicado em 17 de abril de 2024 às 18:00
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Especialista explica que um número maior de casos pode estar ligado ao envelhecimento da população, sedentarismo e obesidade

O câncer é um dos grandes males do século XXI e, apesar de conhecido, ainda há necessidade de mais descobertas científicas e disseminação de informação.

Segundo uma pesquisa deste ano da Umane, associação civil de apoio às iniciativas da saúde pública, em 22 anos, a taxa de mortalidade de câncer de mama aumentou 86,2%.

Para o médico clínico Dr. Marcelo Bechara, há diversos fatores ligados ao aumento da mortalidade, que permeiam questões sociais e até financeiras.

“Isso acontece devido ao envelhecimento da população e obesidade também. Sobre o câncer de mama, por exemplo, as mais afetadas são as mais idosas e as que têm menor poder aquisitivo, inclusive. Mulheres mais instruídas costumam realizar exames com mais frequência, tornando a chance de cura maior. Diagnóstico tardio aumenta o insucesso no tratamento”, revela Marcelo.

Em todas as faixas

Assim como o especialista explica, o estudo da Umane evidencia essa mudança na pirâmide etária da população brasileira, mostrando que a taxa de mortalidade em decorrência da doença ocorreu em todas as faixas etárias acima de 35 anos, com destaque para as mulheres com mais de 65 anos, que representaram 179% dos registros clínicos.

A saída para diminuir os casos continua sendo o diagnóstico precoce e o tratamento. “Convencionalmente, tratamos com cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Mas contamos com os avanços significativos no tratamento de todos os tipos de câncer”, exclama o especialista.

Futuro

Outro levantamento, desta vez da Sociedade Americana do Câncer, revela que até 2050, o câncer em geral deve aumentar 77% no mundo inteiro.

“Sempre pontuo isso. Crescimento populacional, maior envelhecimento das pessoas, piora no estilo de vida com dietas pobres e sedentarismo, grandes infecções como H.Pilory, Hepatites B e C, HPV que podem levar ao surgimento da enfermidade. Fora o aumento do acesso a exames diagnósticos, com mais notificações da doença estão envolvidos nesse acréscimo”, afirma Bechara.

Porém, o futuro não reserva apenas más notícias. A oncologia caminha para tratamentos mais eficientes. Atualmente, a medicina já conta com a imunoterapia, terapia alvo e quimioembolização.

Além disso, de acordo com o especialista, as técnicas cirúrgicas vão melhorar e haverá mais avanços nos estudos de vacinas contra a doença.

“Mesmo com os desafios, estamos vivendo uma era promissora na oncologia.  O mais relevante ainda é se cuidar para evitar e, caso tenha, conseguir o diagnóstico preciso e rápido para um tratamento com eficácia. Precisamos seguir acreditando na ciência”, comenta o Dr. Marcelo Bechara.


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