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Preocupação excessiva com dados de rastreadores do sono pode ser prejudicial à saúde

Tecnologia pode ser uma inimiga quando o assunto é o sono – foto TecMundo
A tecnologia tem se infiltrado em diversos aspectos da vida cotidiana, prometendo melhorias e otimização de rotinas.
No campo da saúde, dispositivos como monitores de sono ganharam destaque, oferecendo aos usuários a capacidade de rastrear e analisar seus padrões noturnos.
No entanto, especialistas alertam que a dependência excessiva desses aparelhos pode, paradoxalmente, levar a problemas como ansiedade e insônia.
A Promessa dos Monitores de Sono
Monitores de sono, presentes em smartwatches e aplicativos de smartphones, registram dados como duração do sono, fases (leve, profundo, REM) e até movimentos durante a noite.
A proposta é fornecer uma visão detalhada dos hábitos noturnos, permitindo que os usuários identifiquem e corrijam possíveis distúrbios.
Com a crescente preocupação com a qualidade do sono na sociedade moderna, esses dispositivos rapidamente se tornaram populares.
O Lado Sombrio do Monitoramento
Embora a intenção seja positiva, a obsessão por dados pode gerar um efeito contrário ao desejado. Especialistas apontam que a preocupação excessiva com as métricas fornecidas pelos monitores pode induzir ansiedade nos usuários.
Essa condição, conhecida como “ortossônia”, refere-se à busca incessante por um sono perfeito, baseada exclusivamente em números.
A ansiedade gerada por leituras consideradas inadequadas pode, ironicamente, prejudicar a capacidade de adormecer, criando um ciclo vicioso.
A Tendência do “Sleepmaxxing”
Nas redes sociais, uma tendência chamada “sleepmaxxing” ganhou força, incentivando rotinas elaboradas para alcançar o sono ideal.
Embora práticas saudáveis sejam benéficas, o excesso de zelo pode levar à frustração e estresse, especialmente quando os resultados não correspondem às expectativas criadas.
Especialistas alertam que, ao transformar o sono em mais uma tarefa a ser otimizada, corre-se o risco de torná-lo uma fonte adicional de pressão, ao invés de um momento de descanso e recuperação.
A Importância da Interpretação Correta dos Dados
Um dos principais desafios dos monitores de sono é a precisão e interpretação dos dados. Muitos dispositivos não são equipamentos médicos certificados, podendo apresentar imprecisões.
Além disso, mesmo que os dados sejam precisos, a falta de conhecimento especializado pode levar a interpretações errôneas.
Por exemplo, acordar durante a noite é normal e faz parte dos ciclos de sono, mas um usuário sem essa informação pode considerar isso um problema, aumentando sua ansiedade.
Buscando um Equilíbrio Saudável
Para aqueles que desejam monitorar seu sono, a moderação é fundamental. Utilizar os dados como uma referência geral, sem se fixar em detalhes específicos, pode ser uma abordagem mais saudável.
Além disso, é essencial lembrar que a qualidade do sono não depende apenas de números, mas também de fatores subjetivos, como sensação de descanso e bem-estar ao acordar.
Dicas para Melhorar a Qualidade do Sono
Independentemente do uso de monitores, algumas práticas podem auxiliar na obtenção de um sono mais reparador:
Estabelecer uma rotina regular: Dormir e acordar nos mesmos horários diariamente ajuda a regular o relógio biológico.
Criar um ambiente propício: Manter o quarto escuro, silencioso e em temperatura agradável favorece o adormecimento.
Limitar o uso de eletrônicos antes de dormir: A exposição à luz azul de telas pode interferir na produção de melatonina, hormônio do sono.
Evitar cafeína e refeições pesadas à noite: Substâncias estimulantes e digestões difíceis podem atrapalhar o sono.
Praticar atividades relaxantes: Leitura, meditação ou um banho morno podem sinalizar ao corpo que é hora de desacelerar.
Consultando Profissionais de Saúde
Se houver preocupações persistentes sobre a qualidade do sono, é recomendável procurar orientação médica.
Profissionais especializados podem realizar avaliações detalhadas e sugerir intervenções adequadas, garantindo que o sono volte a ser uma fonte de saúde e bem-estar, e não de preocupação.
Em suma, enquanto a tecnologia oferece ferramentas úteis para a autopercepção, é crucial utilizá-las com discernimento.
O equilíbrio entre informação e bem-estar deve ser sempre priorizado, garantindo que o sono cumpra seu papel vital na manutenção da saúde física e mental.
*Fonte: CNN