Especialista em dor cita desidratação como um fator que pode embasar diversos problemas que vêm à tona em épocas mais quentes
Presenciando esse aumento das temperaturas em todo o Brasil, muitas pessoas começam a enfrentar uma série de desconfortos físicos que podem comprometer a qualidade de vida.
Entre as queixas mais comuns estão as dores de cabeça, frequentemente associadas à desidratação, além de dores musculares e nas articulações devido ao calor intenso.
O médico Marco Nihi, neurologista especialista em dor, traz informações e dicas valiosas para prevenir esses problemas de forma saudável.
Um dos maiores vilões do verão é a desidratação. Com o calor, nosso corpo perde água rapidamente, especialmente através do suor. Quando a ingestão de líquidos não é suficiente, surgem dores de cabeça, que podem variar de leve a intensa.
“A desidratação não apenas afeta o nosso bem-estar, mas também provoca mudanças na circulação sanguínea, o que pode levar a crises de enxaqueca em pessoas predispostas”, alerta o Nihi.
Sinais de Alerta
Os primeiros sinais de desidratação incluem sede intensa, boca seca e fadiga. Com a progressão, podem surgir sintomas mais graves, como tontura, confusão e, claro, dores de cabeça. É crucial estar atento a esses sinais, especialmente em dias muito quentes.
Dicas práticas para manter a hidratação
Beba água regularmente: o recomendado é, no mínimo, 2 litros de água por dia. Em dias de calor extremo ou após atividades físicas, essa quantidade deve ser aumentada.
Frutas e verduras: inclua na dieta alimentos ricos em água, como melancia, abacaxi, laranja e pepino.
Evite bebidas diuréticas: o consumo excessivo de café, álcool e refrigerantes pode aumentar a desidratação. Opte por bebidas isotônicas ou água de coco como alternativas.
Outras dores
Além das dores de cabeça frequentemente causadas pela desidratação, o calor também traz à tona uma série de outras queixas, especialmente relacionadas a dores musculares e nas articulações. Essas condições podem ser exacerbadas pelas altas temperaturas, aumento da atividade física e mudanças na rotina.
“A falta de condicionamento físico adequado, aliada ao calor, pode resultar em lesões e dores musculares. Além disso, a perda de líquidos e eletrólitos durante o exercício pode causar cãibras e dor muscular”, diz Nihi.
O calor também pode impactar as articulações, especialmente em pessoas com condições pré-existentes, como artrite. O aumento da temperatura pode causar inflamação e dor nas articulações.
“Levando isso em consideração, o ideal é que essas pessoas considerem fazer atividades de baixo impacto, como natação ou ciclismo, que são menos impactantes para as articulações, além, é claro, da prática de alongamentos constantes para ajudar a manter a flexibilidade e prevenir tais lesões”, completa o médico.
Ele finaliza explicando que em épocas de calor intenso, é essencial estar atento ao corpo e adotar práticas saudáveis para prevenir dores e desconfortos. Manter-se hidratado, respeitar os limites físicos e cuidar da postura são fundamentais para garantir que as altas temperaturas não afetem sua qualidade de vida.
Sobre Marco Nihi
Médico especializado no alívio da dor e na melhoria da qualidade de vida das pessoas. Formado pela Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná e Neurologista pelo Instituto de Neurologia de Curitiba (INC) e Pós-graduado em Dor pelo Hospital Albert Einstein.
Atualmente, também é Coordenador da Residência Médica de Neurologia no Instituto de Neurologia de Curitiba (INC) e Neurologista da Clínica CINDOR (Centro Interdisciplinar do Tratamento da Dor).