Máscara de 3 camadas protege 100% contra gotículas de espirro e tosse, mostra estudo

  • Nene Sanches
  • Publicado em 8 de março de 2021 às 21:30
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Numa experiência em laboratório, investigadores notaram que a camada tripla blindou 100% das partículas, ao contrário de modelos com uma ou duas camadas

Cientistas afirmam que máscaras cirúrgicas compostas por três camadas são mais eficazes em proteger os indivíduos contra os aerossóis, um tipo de partículas de menor dimensão, mas também contra gotículas maiores, expelidas através do espirro ou tosse, reporta um artigo publicado na revista Galileu.

Os aerossóis permanecem no ar por bastante tempo e, quando se trata de gotículas contaminadas pelo novo coronavírusSARS-Cov-2, causador da doença da Covid-19, possibilitam a propagação aérea do vírus.

Os testes, realizados por engenheiros da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, do Instituto Indiano de Ciência, na India, e da Universidade de Toronto, no Canadá, revelam que as gotículas de maior dimensão conseguem penetrar nas máscaras cirúrgicas com uma ou duas camadas.

Para efeitos da pesquisa, explica a Galileu, os investigadores usaram um gerador de gotículas e uma câmara que gravou em ‘time-lapse’, técnica que permite a exibição de eventos longos num curto período de tempo.

Assim observaram que gotículas grandes infectadas foram atomizadas quando chocaram contra uma máscara de camada única, sendo que múltiplos aerossóis gerados a partir daí conseguiram atravessar a barreira.

De acordo com os acadêmicos, a máscara cirúrgica de uma camada restringiu apenas 30% do volume de uma gota de 620 mícrons, que corresponde ao tamanho de uma partícula expelida pela tosse ou espirro.

Entretanto, uma máscara composta por uma camada dupla protegeu contra aproximadamente de 91% do volume da gota. Já a máscara de três camadas blindou 100% das gotículas.

AbhishekSaha, professor de engenharia mecânica e aeroespacial na UC San Diego e co-autor do artigo, diz: “embora seja esperado que grandes partículas sólidas na faixa de 500 a 600 mícrons devam ser interrompidas por uma máscara de camada única com tamanho médio de poro de 30 mícrons, tornou-se evidente que esse não é o caso para gotículas líquidas”.

O académico destaca que, se essas gotículas respiratórias de maior dimensão tiverem velocidade suficiente — o que ocorre na tosse e no espirro —, ao pousar numa máscara de camada única ou dupla, atravessando assim os poros menores do equipamento.

Adicionalmente, destaca-se outro problema: notando que, ao invés das partículas grandes, que rapidamente caem ao chão devido à gravidade, os aerossóis de 50 a 80 mícrons permanecem na atmosfera e podem dispersar-se por distâncias mais vastas.


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