Leite de saquinho está de volta com tudo: preço menor e ainda mais sustentável

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 26 de março de 2024 às 08:00
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Os custos de produção são menores: quando comparado com as embalagens longa vida, as caixinhas, o saquinho tem vantagem. 

O queridinho da década de 70 voltou: o leite de saquinho, que estava sumido, já aparece novamente nas prateleiras dos supermercados brasileiros. Diferente daquele do passado, o produto vem com uma pegada sustentável e um preço menor, que é melhor ainda.

Com o surgimento da embalagem cartonada, mais conhecida como longa vida, os saquinhos foram desaparecendo. Mas, timidamente, eles estão voltando ao mercado.

Além de ser mais barato, porque o custo do saquinho é menor para o produtor, o leite de saquinho também contribui para o meio ambiente. Isso porque o descarte do plástico por litro é bem menor e chega até 75% de economia!

Diferente do passado

Roberto Jank Junior, vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), explica que o produto voltou bem diferente do antigo.

“Esse leite do saquinho de agora é bem diferente daquele do passado. Ele não tem mais a classificação A ou B. É apenas leite pasteurizado, natural, sem aditivos. A validade, desde que mantida a refrigeração, chega a dez dias e não precisa ser fervido”, contou.

Com a atualização da cadeia logística, que agora é toda refrigerada, os produtores conseguiram estender a validade e aumentar a qualidade do produto.

“Antigamente, o manejo e a captação do leite tinha menos cuidado. Hoje há muitas melhorias e a entrega não é mais feita em caixas de isopor”, lembrou Roberto.

Barato e sustentável

Além dos consumidores, quem agradece a volta do leite de saquinho é o planeta. Para o produtor, a garrafa plástica custa quase R$ 1, enquanto o saquinho fica em R$ 0,04. A queda no valor também é repassada para o consumidor no preço final, que agradece.

Outra vantagem é seu caráter sustentável. “Além de ser mais barato, é bem menos plástico do que a gente acaba descartando”, explica Maria Guimarães, consumidora.

Craig Bell, gerente na Leitíssimo, concorda. “O lixo gerado é menor com o uso da embalagem em sachê, que usa 75% menos plástico que a garrafa [comum]. Consequentemente, o custo do produto diminui também”, disse.

Produção mais barata

Os custos de produção também são menores. Quando comparado com as embalagens longa vida, as caixinhas, o saquinho tem vantagem. Os sacos de leite requerem menor energia e água na produção, além de gerar menos gases de efeito estufa.

As embalagens cartonadas precisam de uma grande quantidade de água para serem produzidas, são quase 20 litros de água para produzir uma caixinha de litro de leite.

Produtores comemoram

Os pequenos produtores também estão comemorando a volta do saquinho. Para Eduardo Capodifoglio, diretor técnico da Leites Jamava, no interior de São Paulo, a produção vendida em saquinhos subiu de 5 mil unidades por dia para 25 mil em cinco anos.

“A padaria, o supermercado, que já compravam, mantiveram a demanda estável. Mas, para nós, aumentou o número de pontos de venda. Estamos chegando a supermercados que antes não vendiam o saquinho”.

Além disso, no marketplaces da internet, as vendas de “porta leite de saquinho” dispararam. Na Shopee, um dos maiores do Brasil, o aumento foi de 20% em 2023.

(Com informações do portal Só Notícia Boa e do Estadão)


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