Em SP, pesquisa aponta problemas de visão em 65% dos caminhoneiros

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 25 de janeiro de 2019 às 14:03
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 19:20
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O uso prolongado de aparelhos eletrônicos é um dos fatores que ajuda a aumentar os problemas visuais

Uma pesquisa feita pelas
concessionárias dos sistemas Anhanguera-Bandeirantes e Castello-Raposo,
estradas que ligam a capital paulista ao interior do estado, mostrou que 65%
dos caminhoneiros atendidos em 2018 por um programa de saúde apresentaram algum
tipo de alteração na acuidade visual. São pelo menos 3.062 dos 4.268 motoristas
atendidos no período. 

Dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), de 2016, mostram que mais de 35 milhões de
brasileiros são afetados por algum problema de visão, o que equivale a 19% da
população. Isso mostra que o percentual de caminhoneiros com algum tipo de
problema de visão está acima da média nacional.

O coordenador médio da CCR ViaOeste,
concessionária da Castello-Raposo, Marcelo Okamura, disse que o fato é
preocupante, pois a maior parte dos motoristas não está ciente da condição. “O
teste avalia se o motorista enxerga de perto, de longe, a reação para o caso de
ofuscamento noturno, a amplitude do campo de visão e a capacidade de
diferenciar as cores.”

O uso prolongado e a curtas
distâncias de aparelhos eletrônicos é um dos fatores que ajuda a aumentar os
problemas visuais, e o tabagismo também, segundo Okamura. “Doenças
cardiovasculares, pulmonares, o câncer, o uso do cigarro podem acarretar a
perda da visão central e acelerar o desenvolvimento de catarata”, afirmou.

A recomendação é que os motoristas
fiquem atentos a sintomas como coceira excessiva nos olhos, lacrimejamento
constante, vermelhidão ou dor de cabeça que perdure por dias. 

Segundo o coordenador médico da CCR
AutoBAn, concessionária que administra a Anhanguera-Bandeirantes, Mário Jorge
de Castro Kodama, ao identificar motoristas com acuidade visual alterada, a
equipe de saúde do Programa orienta que ele procure atendimento
especializado para fazer um diagnóstico mais detalhado e o tratamento
recomendado. “Há muitas alterações pequenas que o caminhoneiro não
percebe. Elas podem ocasionar o surgimento de dores de cabeça constantes,
situações que a pessoa muitas vezes não associa à visão, e que não a impede de
dirigir, por exemplo. A boa visão é fundamental para que o profissional possa
executar em segurança o seu trabalho. Quando nós oferecemos este tipo de
serviço ao motorista, estamos contribuindo para que o caminhoneiro possa
identificar uma situação, tratá-la e continuar a conduzir pelas nossas rodovias
em segurança”, ressaltou.

O levantamento foi feito nas estradas
em bases do Programa Estrada para a Saúde, em parceria com a Agência Reguladora
de Transporte de São Paulo (ARTESP).


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