Cadê os empregos remotos? Retomada pós-vacina derruba oferta de vagas em home office

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 4 de novembro de 2021 às 10:00
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A escolaridade é a variável mais correlacionada com a probabilidade de teletrabalho no país, diz uma pesquisa do Ipea

Mesmo com a facilidade do home office, tem trabalhador que prefere voltar ao escritório

Com o avanço da vacinação e a diminuição gradual das restrições impostas pela pandemia de Covid-19, muitas empresas vêm se preparando para o retorno aos escritórios, seja na modalidade híbrida ou 100% presencial – um movimento que vem se refletindo nas vagas ofertadas pelo mercado.

“Aqui no Brasil, as empresas ainda colocam muito peso na presença física dos funcionários”, diz Milton Beck, Diretor Geral do LinkedIn para América Latina.

“Para muitas delas, o profissional que está no escritório cumprindo uma jornada de oito horas pode valer mais do que alguém que trabalha de casa e em horários alternativos.”

Preferência

Seja como for, pesquisas mostram que, assim como os patrões, boa parte dos profissionais brasileiros ainda tende a dar preferência ao bom e velho modelo presencial – apesar das benesses relacionadas à vida “híbrida ou remota”, como evitar o transporte diário, ter uma vida profissional mais balanceada e a facilidade do cuidado com os filhos, entre outras.

Segundo estudo do LinkedIn com mais de mil respondentes, 56% concordam que quem opta por exercer suas funções nos escritórios tem potencialmente mais chances de receber atenção de gestores e colegas e, por tabela, ascender na carreira. A afirmação consta de notícia da jornalista Letícia Colombini, do Portal 6 Minutos.

O fato é que, mesmo com a adesão exponencial ao trabalho remoto e híbrido por parte das empresas em função da pandemia, a cultura tradicional e a falta de confiança nos níveis de engajamento dos funcionários que atuam à distância ainda impedem um maior avanço destas modalidades.

Teletrabalho

Prova disso é que, apesar de cerca de 20% dos trabalhadores brasileiros exercerem funções passíveis de serem realizadas em home office, apenas 9,2% efetivamente trabalhavam de forma remota em novembro de 2020, segundo os dados mais recentes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

“A escolaridade é a variável mais correlacionada com a probabilidade de teletrabalho no país”, diz o pesquisador do Ipea, Geraldo Góes.

“Na prática, isso significa que profissionais com nível superior completo, que em geral não necessitam da utilização de maquinário pesado nem contato com o público para o desenvolvimento de suas atividades, possuem 23% a mais de chance de atuar remotamente do que aqueles com nível fundamental incompleto.”


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