Argentina barra calçados do Brasil e pode prejudicar empresas do setor em todo país

  • Roberto Pascoal
  • Publicado em 15 de fevereiro de 2021 às 22:45
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

Estão pendentes de licenças de importação para entrar no país vizinho 328 mil pares de calçados brasileiros

Estão pendentes de licenças de importação para entrar no país vizinho 328 mil pares de calçados brasileiros

 

Após quatro anos de trégua, o governo argentino voltou a barrar calçados brasileiros.

A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), que vem monitorando a questão, reporta que atualmente estão pendentes de licenças de importação para entrar no país vizinho 328 mil pares de calçados, sendo que 315 mil deles já excederam o prazo máximo de 60 dias estabelecido pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

Segundo o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, o prejuízo já chega a US$ 3 milhões.

“Em outubro, no primeiro monitoramento realizado por demanda de algumas empresas que estavam enfrentando novamente o problema, quase 850 mil pares aguardavam liberação na fronteira. Foi quando tivemos um encontro na embaixada da Argentina no Brasil. A partir daí houve uma melhora, mas seguimos atentos”, conta o executivo.

Ferreira lembra que o fato remete aos governos Kirchner, quando os calçados brasileiros tiveram as mesmas dificuldades para entrar no país vizinho.

“A Argentina passa por uma crise econômica e precisa preservar suas reservas cambiais. A medida natural do governo, que tem orientação mais protecionista, é barrar importações, barreira que neste caso é colocada por meio das licenças não automáticas”, explica o dirigente, ressaltando que a preocupação é de que possam ocorrer cancelamentos ou mesmo pedidos de prorrogação para pagamentos, prejudicando a indústria brasileira.

Atualmente, a Argentina é o segundo destino do calçado brasileiro no exterior, atrás apenas dos Estados Unidos. Entre janeiro e outubro deste ano, o país vizinho foi destino de 6,28 milhões de pares verde-amarelos, que geraram US$ 60,17 milhões, quedas de 25,2% em volume e de 33,2% em receita na relação com o mesmo ínterim de 2019.


+ Economia