Alejandro Sanz: gravar na pandemia foi ‘um oásis em meio ao deserto’

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 6 de dezembro de 2020 às 05:14
  • Modificado em 11 de janeiro de 2021 às 10:38
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Sanz é um velho conhecido do público brasileiro desde a década de 1990, quando ‘Corazón Partío’ fez sucesso

(FOLHAPRESS) – Alejandro Sanz, 51, sabe desde “Corazón Partío” que a vida não se detém, nem mesmo por causa de uma pandemia. Tanto que o cantor e compositor espanhol lançou recentemente a música “Un Beso En Madrid”, em parceria com a argentina Tini, 23. 

A colaboração, foi feita à distância com ele na capital espanhola e ela em Buenos Aires, está no álbum que ela apresentou durante a semana.

“Foi como um oásis em meio ao deserto”, compara o artista em entrevista. “Fazer um pouquinho da música a cada dia no meio deste túnel escuro que é o confinamento me animou, era como ter uma dessas lanternas no capacete que você usa quando está em uma mina.” 

“E acredito que as pessoas estão ávidas por música e por cultura de forma geral”, avalia. “Entre tantas profissões úteis e imprescindíveis, a música também tem sua importância na sociedade.”

Os números confirmam que o artista está certo. Lançada há menos de um mês, a música já foi ouvida quase 10 milhões de vezes no Spotify. Enquanto isso, o clipe soma mais de 15 milhões de visualizações no YouTube. 

O vídeo, aliás, mostra diversos pontos de Madri e os dois cantores contracenando em uma estação de trem. Para Sanz, a cidade “tem um romantismo que encaixa muito com a música”.

As imagens em que os dois estão juntos, porém, só foram possíveis graças aos efeitos especiais. “Parece que estamos juntos, mas foi um trabalho muito bom da direção e de todos os que fizeram a pós-produção”, explica Tini. 

“Tínhamos planejado viajar e filmar juntos, mas, dentro do contexto atual, ficamos contentes com o resultado.”

A argentina, cujo nome sem abreviações é Martina Stoessel, ficou conhecida ao protagonizar a novela “Violetta”, no Disney Channel. 

Ela diz que sempre se inspirou em Sanz em sua carreira profissional e que jamais teria se aventurado a mandar uma música para ele se os dois não tivessem se conhecido durante uma participação como assistente no “La Voz” (versão espanhola do reality “The Voice”), da qual o colega é técnico.

“Mandei pensando que o pior que poderia acontecer era ele me responder não”, diz, aos risos. “Mas foi o contrário. É muito emocionante ver isso acontecendo com um dos artistas que você mais admira na vida. Estou muito agradecida pela oportunidade que ele me deu.”

Tini afirma que já esteve no Brasil algumas vezes e que está negociando uma colaboração com um artista daqui, embora ainda não possa revelar o nome. “É um país que sempre recebe a todos com muita energia e amor”, diz. “Tomara que a parceria aconteça para eu ter mais desculpas para visitá-los.”

“Já tem um tempo que não vou, mas os brasileiros sempre estão presentes nas redes sociais”, conta. “E também acontece muito de, quando estou fazendo show em Buenos Aires, pela proximidade, alguns fãs economizam dinheiro e aparecem na plateia com a bandeira.”

Já Sanz é um velho conhecido do público brasileiro desde a década de 1990, quando “Corazón Partío” fez sucesso nas rádios e integrou a trilha sonora da novela “Torre de Babel” (1998), que está disponível no Globoplay desde agosto deste ano. 

“Tenho uma ótima relação com o Brasil há alguns anos”, comemora. “Eu aproveitei muito o país, as pessoas e os artistas com quem gravei.”

Ele destaca que cantou com astros da música brasileira do calibre de Roberto Carlos, Ivete Sangalo e Ana Carolina. “Todos me receberam com um carinho muito especial”, lembra. “Também tenho uma lembrança muito bonita de Hebe, uma grande dama da televisão que já nos deixou”, afirma. 

“E o Jô Soares com a sua banda. Eles ficavam muito felizes porque alguns artistas levavam os próprios músicos e eu sempre queria tocar com a banda do programa. Me divertia muito e tenho lembranças incríveis.”

O cantor diz que tem muita vontade de voltar a se apresentar no país. “Vamos ver quando poderemos voltar aos palcos, que é a objetivo final de todo artista”, diz. 

“Espero que seja logo, porque tem uma grande parte do setor que está sofrendo muito. Mas, quando isso for possível, só digo que uma turnê não pode ser considerada séria se não passar pelo Brasil.”


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