Abstenção cresce no 2º turno; taxa já é a maior ao menos desde 2000

  • Bernardo Teixeira
  • Publicado em 29 de novembro de 2020 às 23:11
  • Modificado em 11 de janeiro de 2021 às 09:59
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Pouco mais de 11,4 milhões de eleitores não optaram por um candidato a prefeito nas 57 cidades

A abstenção foi maior no segundo turno das eleições municipais deste domingo na comparação com pleitos anteriores. Quase 30% do eleitorado brasileiro não foram às urnas, mantendo a tendência de alta do não comparecimento registrada no primeiro turno. A taxa é a maior desde ao menos 2000, quando a abstenção ficou em 16,2%.

São, ao todo, segundo dados atualizado até às 19h40, pouco mais de 11,4 milhões de eleitores que não optaram por um candidato a prefeito nas 57 cidades com segundo turno. 

Matematicamente, não há como o percentual ser menor do que o registrado em 2016, quando 21,6% não compareceram no segundo turno, o equivalente a 7,1 milhões de eleitores.

Se comparado ao primeiro turno, há aumento no número de brasileiros que não compareceram. No último dia 15, 23,14% dos eleitores não foram às urnas.

O crescimento da abstenção, como no primeiro turno, já era aguardado por cientistas políticos e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em virtude das limitações de mobilidade causadas pela pandemia de Covid-19. 

O tema foi, inclusive, motivo de preocupação para campanhas de candidatos a prefeito à frente nas pesquisas na reta final do pleito.

Na maioria das capitais com resultados anunciados, houve crescimento da abstenção na comparação com a última eleição de segundo turno. E, pelo interior do país, há cidades em que o percentual se aproxima de 50%. O maior índice foi registrado em Goiânia, onde a abstenção somou 36% do eleitorado.

No Rio, a abstenção ficou em 35,61%. Há quatro anos, 26% não compareceram na cidade. Em São Paulo, o percentual foi de 30,7%. Em 2012, último pleito em que a capital paulista teve segundo turno, esse índice ficou em 20%.

Em Porto Alegre, 32,7% dos eleitores não foram às urnas. Esta taxa foi de 25% em 2016. Em Manaus, a abstenção passou de 9,5% em 2016 para 22% nesta eleição. 

Em Vitória, o índice foi de 26,27%, quase o dobro do registrado no segundo turno de 2016, quando 13,3% dos eleitores não foram votar. Na comparação com primeiro turno, no entanto, não houve grandes avanços. Na oportunidade, o percentual foi de 25,5%.

Em João Pessoa, o crescimento foi de cerca de dois pontos percentuais na comparação com primeiro turno. No dia 15, 21,3% dos eleitores não votaram, enquanto neste domingo o percentual foi de 23,3%. 

Em Aracaju, 27,8% dos eleitores não compareceram às urnas. Em 2016, o número foi de 18%. A abstenção também cresceu em São Luís, de 16,1%, em 2016, para 25,6% este ano.

Em Belém a abstenção foi menor que em 2016. A capital registrou taxa de 20,7%. Em 2016, 21,2% não compareceram. No primeiro turno, a cidade também não registrou mudança significativa no índice.

Já em Franca, as abstenções atingiram 32,93% (78.422 votos), batendo os votos do prefeito eleito Alexandre Ferreira (MDB), que venceu o pleito com 76.339 votos. Sua adversária, Flávia Lancha (PSD) recebeu 56.151 votos.

Ainda na cidade, foram registrados 11.450 votos em branco e 15.762 nulos. Do número de 159.702 votos, apenas 132.490 foram válidos.


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