Instagram pode ser prejudicial a crianças e jovens: chefe da rede social nega isso

  • F. A. Barbosa
  • Publicado em 10 de dezembro de 2021 às 15:00
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Muitas vezes, o tempo utilizado por este público extrapola o limite e passa a ser um hábito nocivo à saúde dele

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Muitas vezes, o tempo utilizado por este público extrapola o limite e passa a ser um hábito nocivo à saúde deles

O chefe do Instagram, Adam Mosseri, depôs ao Senado americano e afirmou que o aplicativo “pode ajudar” os adolescentes em dificuldades, segundo matéria da CNN Brasil – www.cnn.com.br.

A audiência ocorreu dois meses após a denunciante Frances Haugen afirmar que os produtos do Facebook prejudicam as crianças.

Mosseri testemunhou depois que Haugen, ex-gerente de produto do Facebook, vazou documentos que indicam que o Instagram sabia por meio de estudos internos dos riscos do aplicativo para os usuários mais jovens.

“Algumas vezes, os jovens vêm ao Instagram quando estão lidando com temas complicados em suas vidas. Acho que o Instagram pode ajudar muitos deles nestes momentos”, afirmou Mosseri em seu testemunho preparado para a audiência. “Isto é algo que nosso estudo também sugeriu”, disse.

Quando questionado, o executivo não garantiu que o Instagram desistirá de desenvolver uma versão do seu aplicativo para menores de 13 anos.

Ele se limitou a dizer que a rede social não permitiria a criação de contas para crianças de 10 a 12 anos sem o consentimento dos pais.

Conteúdo pode ser impróprio

Os documentos vazados por Haugen indicam que o Facebook sabia que o Instagram é “toóxico” para adolescentes.

Um dos estudos, realizado em 2019, revelava que o Instagram refletia uma imagem pessoal negativa para um terço das jovens com menos de 20 anos.

Outro, de 2020, mostrava que 32% dos adolescentes consideravam que o uso da rede social tinha piorado a imagem que tinham de seus corpos, com os quais não se sentiam mais satisfeitos.

‘Impacto na saúde mental’

“As próprias pesquisas do Facebook alertaram para a direção, durante anos, do impacto prejudicial do Instagram sobre a saúde mental dos adolescentes”, disse o senador democrata Richard Blumenthal, que preside a subcomissão de proteção aos consumidores perante a qual Mosseri se apresentou.

O legislador afirmou que a plataforma continuou “se beneficiando dos conteúdos porque significam mais tráfego, mais publicidade e dólares”.

“Estou frustrada porque é a quarta vez em dois anos que falamos com alguém da Meta (controladora do Instagram e do Facebook) e tenho a impressão de que a conversa se repete sem cessar”, declarou a senadora Marsha Blackburn, líder dos republicanos na subcomissão.

Sem censura

Em meados de novembro, vários estados americanos abriram uma investigação para determinar se a Meta permitiu deliberadamente que crianças e adolescentes usassem a rede social apesar de saber que a plataforma poderia afetar sua saúde física e mental.

Novos recursos

Na véspera da audiência, o Instagram anunciou mudanças para reforçar a proteção dos mais jovens.

O aplicativo vai impedir que usuários marquem em suas publicações adolescentes que não os sigam em seus perfis e será mais estrito quanto ao que recomenda aos jovens.

A rede social também vai propor, em março de 2022, ferramentas para permitir aos pais ver quanto tempo seus filhos passam no aplicativo e estabelecer limites. E dará em breve acesso a um centro de informação com tutoriais e conselhos de especialistas.

O Instagram liberou ainda a opção “Faça uma pausa”, que vai sugerir aos usuários parar por um tempo antes de continuar vendo conteúdo no aplicativo.

Neste momento, ela está sendo liberado apenas em quatro países: Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Austrália. A rede social informou que o recurso terá alcance global a partir de janeiro de 2022.

Mosseri adiantou que, em janeiro, o aplicativo ganhará um espaço para adolescentes revisarem sua atividade no Instagram, o que inclui desde o conteúdo postado no perfil até curtidas e comentários.

A mudança vai oferecer uma forma de eliminarem rapidamente algo compartilhado para que possam “gerenciar mais facilmente sua pegada digital”.

Leia mais sobre o assunto na matéria a seguir, do site Tecnomundo:

https://www.tecmundo.com.br/redes-sociais/225998-pesquisa-admite-efeito-negativo-instagram-saude-jovens.htm


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