Portal acena com acesso facilitado para calçados brasileiros nos EUA

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 13 de junho de 2017 às 17:31
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:13
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Uso dos serviços de courier é adequado ao baixo volume a consumidores finais

Na reunião na segunda-feira (12) do Comitê da Cadeia Produtiva de Couro, Calçados e Artefatos (Comcouro), Patricio do Prado, da Promoex, explicou o funcionamento do site de comércio eletrônico depotbrazil.com, site ainda em construção que inicialmente vai oferecer calçados brasileiros nos Estados Unidos.

Outros produtos, como bolsas e acessórios, devem depois ser incorporados.

Graças a uma parceria com a empresa de logística UPS, as empresas brasileiras poderão exportar de forma simplificada, sem por exemplo o Radar. A UPS cuidará de todos os trâmites, desde a saída do estabelecimento do fabricante brasileiro até a entrega ao consumidor final nos EUA.

O uso dos serviços de courier é adequado ao baixo volume que consumidores finais costumam demandar, disse Prado. Sua documentação é muito simples de ser preparada e preenchida. As encomendas têm vantagens no desembaraço nas alfândegas, facilitando o cumprimento dos prazos.

Com foco no consumidor norte-americano médio, disse Prado, o site vai usar os meios digitais para promover o calçado brasileiro. Esse investimento cabe somente ao site, afirmou Prado.

Recuperação

Também foi tema da reunião do Comcouro o Mercado de Calçados no Brasil – Dimensões e Perspectivas. Marcelo Prado, membro do Comcouro e diretor do  – Instituto de Estudos e Marketing Industria (IEMI), mostrou a evolução do setor, que cresceu até 2013, parou de crescer em 2014 e caiu em 2015 e 2016. A perda foi de 135 milhões de pares. Para 2017, a expectativa é de um segundo semestre muito bom – graças em parte à base anterior muito ruim. No ano, a previsão do Iemi é de crescimento de 4,1% em volume e de 8,8% em valores.

Para os próximos 5 anos estima-se crescimento acumulado de 15,8%, podendo levar em 2021 a novo recorde, com mais de 1 bilhão de pares.

Dos 909 milhões de pares fabricados, metade é formada por chinelos, seguidos por sandálias (22,5%), calçados esportivos (8,8%) e sapatos (8,25).

No comércio externo, houve queda de 26% nas exportações de 2011 a 2015, e aumento de 13% nas importações. Em 2016, a exportação subiu 4%, e a importação caiu 28%. O principal peso na exportação são os calçados masculinos (61%).

No varejo, a estimativa é que em 2016 tenha havido queda de 6,2% em volume e de 1,5% em valores nominais. Há cerca de 33.000 pontos de venda de calçados, dos quais 28.200 são especializados nesse segmento. Prado destacou que ainda é fraca a presença de calçados em lojas de roupas.

As redes de lojas especializadas respondem por 47% das vendas em volume e 60% em valor. Lojas independentes especializadas vendem 30% do volume e 29% do valor, enquanto lojas de departamento são responsáveis por 15% em volume e 6% em valor.

“Estamos voltando aos poucos ao consumo”, destacou, dizendo que houve melhora nas vendas para o Dia das Mães e era esperada alta também para o Dia dos Namorados.

O principal grupo consumidor, pelo novo Critério Brasil, é o B e C.

ICMS

A possibilidade de estender ao setor de couro, calçados e artefatos os novos benefícios do ICMS estabelecidos para o setor têxtil foi outro tema da reunião do Comcouro. Haroldo Silva, da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), explicou como seu setor conseguiu benefícios no ICMS por meio do decreto 62.560, uma tentativa de combater a guerra fiscal. O decreto estabelece redução da base com efeito de 12%.

Pleito conjunto feito em 2012 não tinha dado resultado, até que em 2015/16 surgiram no Rios os centros de distribuição, que aproveitavam os créditos de ICMS, ampliando de 19% para 45% a perda do Estado de São Paulo. Houve fechamento de 30.000 postos de trabalho na indústria paulista do setor.

Em 2017 o pleito foi de que as empresas do setor têxtil carregassem 5 pontos a mais de crédito, e o mesmo o de confecção, representando renúncia fiscal de R$ 350 milhões por ano. Alguns problemas do decreto foram esclarecidos por instrução normativa, mas a fiação, que antes no total pagava 7% de ICMS, passou a recolher 12%. Mesmo com os problemas, o benefício foi tão grande para praticamente todas as empresas que a avaliação do decreto é positiva.

Segundo Silva, foi um benefício real para o setor, com a ressalva dos problemas na fiação. “A cadeia está bastante feliz com o que aconteceu.”

Samir Nakad, diretor titular do Comcouro, conduziu a reunião.


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