Entenda por quê as conversas raramente acabam quando as pessoas querem

  • Dayse Cruz
  • Publicado em 3 de março de 2021 às 14:00
compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin

As conversas entre as pessoas geralmente não terminam quando um dos parceiros deseja que isso ocorra, descobriram pesquisadores

As conversas entre as pessoas geralmente não terminam quando um dos parceiros deseja que isso ocorraAs conversas entre as pessoas geralmente não terminam quando um dos parceiros deseja que isso ocorra

 

As conversas entre as pessoas geralmente não terminam quando um dos parceiros deseja que isso ocorra, descobriram pesquisadores americanos.

O grupo, composto por membros da Universidade Harvard, da Escola Wharton da Universidade da Pensilvânia e da Universidade da Virgínia, descreve os resultados de pesquisas e experimentos que conduziram a respeito de conversas e o que aprenderam com elas em artigo publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS).

Muito tempo da vida humana é dedicado a conversar – mas, segundo os pesquisadores, sabe-se bem pouco sobre as conversas.

Há três questões essenciais, apontam eles: quais são as regras? Quem escolhe sobre o que falar? Como as conversas terminam?

Para investigar o assunto, a equipe, liderada por Adam Mastroianni, doutorando da Universidade Harvard, consultou via sistema Mechanical Turk, da Amazon, mais de 800 voluntários sobre sua conversa mais recente.

Os pesquisadores perguntaram sobre a natureza da conversa, o relacionamento das partes envolvidas e se a conversa havia terminado quando os participantes queriam.

Um percentual robusto – cerca de 67% dos participantes queria ou esperava que a conversa terminasse antes disso. Metade deles também informou que gostaria que a conversa tivesse duração maior ou menor.

Gesto rude

A partir disso, a equipe elaborou um experimento de laboratório. Convidou 252 universitários voluntários para sentar-se a sós com outro voluntário e conversar sobre o que desejassem.

Pediu-se que cada dupla de bate-papo falasse por entre um minuto e 45 minutos.

Em geral, as conversas trataram de banalidades – onde a pessoa havia crescido ou o que estava estudando. “Foi difícil assistir a elas”, confessou Mastroianni.

Depois disso, os voluntários foram questionados sobre suas conversas. Somente 2% delas terminaram o papo quando ambas as partes queriam que ele acabasse, observaram os pesquisadores.

Cerca de 60% desejavam que a conversa tivesse terminado antes, um percentual próximo ao observado nos voluntários que participaram da outra etapa do estudo.

Os pesquisadores terminaram por concluir que a razão de as conversas durarem mais (ou às vezes menos) do que as pessoas querem é porque nenhum dos parceiros sabe o que o outro quer.

A tendência é pensar que terminar uma conversa prematuramente seja considerado um gesto indelicado.

“Assim como você não cortaria um estranho e iria embora, você também não faria a mesma coisa com sua mãe”, observou Mastroianni.

*Informações Revista Planeta


+ Ciência