Pesquisa revela quais são os maiores temores das mães para os filhos

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 10 de maio de 2018 às 13:01
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:43
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Drogas, violência e desemprego causam preocupação na maioria das mães em relação ao futuro dos filhos

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Economia ACIF (Associação
do Comércio e Indústria de Franca) revelou que o uso de drogas é o maior medo
de 54,5% das mães em relação ao futuro de seus filhos. Em segundo lugar,
apontado em 13,9% das vezes, aparece o item violência. Com 10,8% das menções
encontra-se o desemprego.

Também foram citados como medos a falta de ensino (9,7%),
orfandade (4,9%), solidão (1,7%) e acidente (0,7%). Empatados em último lugar,
cada item com 0,3% de apontamentos, aparecem: divórcio, egoísmo, falta de
caráter, falta de saúde, falta de religiosidade, gravidez precoce,
homossexualidade, tragédia e morte.

As respostas das pesquisas foram dadas de maneira espontânea, sob
a forma de pergunta aberta e não de múltipla escolha.

O doutor em Sociologia e professor do Departamento de Educação,
Ciências Sociais e Políticas Públicas da Unesp de Franca, Alexandre Marques
Mendes, afirma que os receios que povoam as mentes e corações das mães são
procedentes. “Os medos mais citados estão interligados. Uma pessoa dependente
da droga dificilmente será produtiva e possivelmente estará exposta à
violência. É possível que a maior insegurança das mães seja, na verdade, a
desestruturação de seus filhos”, disse.

Ainda
de acordo com o sociólogo, as incertezas relativas ao futuro dos filhos são
reflexos de uma somatória de cenários experimentados pela sociedade de um modo
geral. “Vivemos uma instabilidade política que causa inseguranças em relação ao
emprego. Se observarmos a questão ‘falta de ensino’, veremos mais um reforço
para esta insegurança. Ainda sobre a ‘falta de ensino’, questões mais profundas
vêm à tona, como as novas configurações do trabalho, enquanto profissões
tradicionais vão se extinguindo, novas vão surgindo e, nesse contexto, as mães
se veem aflitas, sem a certeza de que a educação oferecida seja a ideal para dar
aos filhos chances de um futuro estável”, afirma.

Além
dos temores constatados, a pesquisa traçou o perfil social das mães
entrevistadas. De acordo com os resultados, 55,2% delas acreditam que “uma
pessoa só pode ser feliz se constituir uma família”. Para a maioria, não é um
dever exclusivamente feminino cuidar das refeições (59,7%) bem como não o são
as tarefas domésticas (78,2%) e a responsabilidade masculina de prover a casa
(68,9%). Para 74,5% das entrevistadas, equilibrar as tarefas profissionais com
as familiares é, sim, um trabalho considerado difícil.

De acordo com Mendes, as mães de Franca também passam pelas mesmas
transformações sociais do mundo: “As respostas mostram que Franca está alinhada
ao pensamento e transformações sociais que vemos na Europa, nos Estados Unidos.
Ainda somos uma cidade conservadora, mas a pesquisa mostra que isto está em
processo de mutação”, afirma.

Para o presidente da ACIF, Dorival Mourão Filho, a pesquisa
contribui para que o público local seja compreendido e também para subsidiar um
alinhamento de expectativas entre os agentes dos setores econômicos e o
consumidor. “Entender como nossa sociedade pensa e se comporta é de
extrema importância do ponto de vista econômico. Do primeiro ao terceiro setor
da economia, todos são pautados por esses fatores que chamamos “demanda” e isso
influência o surgimento de novos produtos, serviços e formas de atendimento”,
diz o presidente da ACIF, Dorival Mourão Filho. “É por esta razão que a ACIF,
por meio de seu Instituto, tem investido em pesquisas cada vez mais
aprofundadas. Subsidiar nossos associados com informações sobre seu público é
potencializar negócios e o desenvolvimento de Franca”, afirma.

Metodologia

A pesquisa realizada pelo Instituto de Economia ACIF tem como
método a amostragem probabilística estratificada (levando em consideração a
renda dos moradores francanos para o Censo 2010 e os microdados de pesquisa do
Instituto) com nível de confiança de 90% e erro amostral de 2,91%. A pesquisa
foi realizada entre os dias 16 e 28 de abril, em diversos pontos de fluxo da
cidade, como: Praça Nossa Senhora da Conceição, Praça Barão, Terminal
Rodoviário Ayrton Senna, Av. Dr. Abrahão Brickmann (Leporace), Estação e
Shopping do Calçado de Franca.


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