Maior parte dos pacientes com depressão não recebe tratamento adequado, diz pesquisa

  • Cláudia Canelli
  • Publicado em 6 de março de 2022 às 08:00
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Estima-se que entre 80% e 90% das pessoas com depressão obtêm melhora após uso de medicação e ajuda psicológica.

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Washington, nos EUA, mostrou que a grande maioria das pessoas com depressão no mundo não recebem tratamento adequado. O estudo foi publicado na revista Plos Medicine.

Para chegar a tais conclusões, os cientistas analisaram dados de 149 estudos prévios feitos em 84 países entre 2000 e 2021. De acordo com a pesquisa, 33% das pessoas que vivem em países de alta renda utilizam serviços de saúde mental. O número cai para 8% em países de baixa e média renda.

Segundo uma notícia do portal Gizmodo, a qualidade do atendimento deixa a desejar. Em nações de alta renda, 23% dos pacientes com depressão estão recebendo tratamento “minimamente adequado”, comparado a 3% dos países de baixa e média renda.

Pacientes jovens

De acordo com os pesquisadores, pacientes jovens do sexo masculino são menos propensos a procurar atendimento médico. O público alvo principal são mulheres, com a busca sendo maior à medida que envelhecem.

São vários os sintomas que acompanham a depressão, desde baixo autoestima até fadiga e alterações de apetite. O distúrbio sofreu um boom durante a pandemia, com os casos triplicando nos Estados Unidos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que, até 2030, a depressão poderá se tornar o principal contribuinte para a carga global de doenças.

Menos financiamento

Ao longo da história, as autoridades de saúde voltaram seus recursos para o tratamento de doenças como a malária, tuberculose e o combate ao vírus da Aids. A saúde mental, por sua vez, foi negligenciada. Em 2019, menos de 2% do financiamento global foi destinado a doenças não transmissíveis – como a depressão.

Estima-se que entre 80% e 90% das pessoas com depressão obtêm melhora após uso de medicação e ajuda psicológica.

Estimativas feitas pelos pesquisadores sugerem que, caso ocorresse uma ampliação de tratamentos eficazes, 43 milhões de anos adicionais de vida saudável poderiam ter sido e continuar sendo economizados entre 2016 e 2030.


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