Triplicar vitamina D em crianças não ajuda ossos nem reduz infecções

  • Cesar Colleti
  • Publicado em 1 de junho de 2018 às 15:14
  • Modificado em 8 de outubro de 2020 às 18:46
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A vitamina D é essencial para absorver o cálcio, mas a maioria das pessoas tem deficiência dela

Triplicar a dose de vitamina D em crianças pequenas
não tem efeito sobre os ossos ou contra doenças infecciosas, de acordo com um
grande estudo realizado na Finlândia.

A vitamina D é essencial para absorver o cálcio. A
pele produz naturalmente quando exposta ao sol, mas a maioria das pessoas tem
uma deficiência dessa vitamina, que chega a 40% entre os europeus.

Em crianças em pleno crescimento, essa deficiência
pode ter consequências graves, como raquitismo. É por isso que os médicos
recomendam suplementos de vitamina D para mulheres grávidas e crianças
pequenas.

Mas a dose ideal e o efeito mais geral sobre a
saúde permanecem um enigma, na medida em que os estudos realizados ao longo dos
anos são contraditórios, não confiáveis ou inconclusivos.

Um grupo de pesquisadores finlandeses
realizou o que descreve como o maior e mais rigoroso estudo a este respeito com
crianças de zero a dois anos de idade.

Durante um ano e meio, em 2013 e 2014, eles
observaram quase 1.000 bebês saudáveis nascidos em um hospital em
Helsinque. Metade deles, selecionados aleatoriamente, receberam uma dose normal
de suplemento de vitamina D a cada dois anos, ou seja, 400 unidades
internacionais (UI), a unidade de medida de vitaminas. A outra metade recebeu
1.200 UI.

Aos 6, 12 e 24 meses, os pais forneceram um
registro listando todas as doenças infecciosas de seus bebês, desde otites até
gastroenterites. E aos 2 anos, os pesquisadores mediram a força óssea das
crianças.

De acordo com os resultados, publicados na última
quinta-feira, 31 de maio, na revista JAMA Pediatrics, as crianças do grupo
“normal” não ficaram mais doentes e seus ossos eram tão fortes quanto
os que receberam a dose tripla de vitamina. “Um suplemento diário de 400
UI de vitamina D3 parece ser suficiente para prevenir a deficiência de vitamina
D em crianças com menos de dois anos de idade”, concluíram os
pesquisadores.

O experimento foi realizado apenas com crianças com
pele branca. A pele negra produz naturalmente menos vitamina D. O resultado não
deve ser generalizado para crianças com pele mais escura, que podem ter
necessidades diferentes.


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