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Pesquisa aponta que medo de lugares altos pode estar relacionado a alterações no ouvido
Quem nunca teve a sensação de frio na barriga ao olhar pela janela de um prédio alto ou ao atravessar uma ponte?
Sentir medo de altura, muitas vezes, é natural e serve de alerta em situações de perigo. Porém, quando esse sentimento é excessivo, persistente ou incontrolável, pode ser sinal de um transtorno de ansiedade.
Ele é conhecido como acrofobia, que, em linhas gerais, é uma fobia específica de lugares altos.
Dependendo do grau, o indivíduo não consegue subir ou descer escadas, entrar em um elevador, dirigir um automóvel sobre um viaduto ou ficar em andares altos de edifícios, mesmo quando não há qualquer risco.
Isso faz com que ele se prive de oportunidades de emprego, compromissos e momentos de lazer com os amigos e a família.
Os transtornos de ansiedade afetam milhões de pessoas no mundo todo, e o Brasil está no topo da lista de países com a maior taxa de indivíduos com esse problema.
Segundo um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,3% dos brasileiros sofrem de algum tipo de transtorno de ansiedade, incluindo as fobias em geral.
Devido à importância desse tema, esclarecemos abaixo algumas das principais dúvidas sobre como identificar e tratar o medo de altura. Confira!
Quais as principais causas do medo de altura?
O medo de altura pode ser desencadeado por diversos fatores. Entre eles, o instinto de sobrevivência, que surge como uma reação de antecipação natural do corpo, sendo bem comum e até benéfico para evitar riscos desnecessários.
Mas, em alguns casos, esse mecanismo evolutivo pode sair do controle e desencadear um transtorno de ansiedade.
Outra possível causa da acrofobia é a vivência de uma situação traumática envolvendo altura ou queda no passado. O trauma de uma pessoa que caiu de uma escada ou presenciou algum acidente envolvendo altura, por exemplo, pode se transformar em uma fobia, que pode persistir por toda a sua vida se não for tratada.
O aprendizado e o condicionamento na infância também são fatores de risco para a acrofobia. Crianças que foram ensinadas ou condicionadas a temer ou a evitar lugares altos têm mais chances de apresentar medo, desconforto e ansiedade diante desse tipo de situação, mesmo quando chegam à idade adulta.
Há, ainda, uma pesquisa realizada na Universidade de São Paulo (USP) que relaciona o medo de altura ao mal funcionamento do sistema vestibular, ou seja, às alterações no ouvido interno, responsável pelo equilíbrio postural e pela percepção da aceleração e da sensação da gravidade.
De acordo com o estudo, esse sistema não funciona bem nos indivíduos acrofóbicos, que podem perder o controle do corpo em locais altos e, assim, agravar os sintomas do transtorno.
Como identificar a acrofobia?
Para identificar a acrofobia, é importante observar um conjunto de sintomas característicos, como:
• ataque de pânico;
• mal-estar;
• nervosismo;
• agitação;
• tensão muscular;
• palpitação cardíaca;
• vertigem;
• tremor;
• falta de ar;
• respiração acelerada;
• náuseas;
• tontura;
• e sudorese intensa.
Os acrofóbicos, geralmente, apresentam essas reações físicas e emocionais exacerbadas quando estão em locais altos.
No entanto, elas podem ocorrer até mesmo quando não há um contato real com a causa do medo ¬— lembrar, imaginar ou visualizar uma foto que remeta àquela situação pode ser um gatilho para a manifestação dos sintomas.
Como dito anteriormente, o medo de altura nem sempre se configura como um transtorno de ansiedade, principalmente se for instintivo, ameno e controlável.
Por isso, mesmo nos casos em que há fortes indícios de fobia, o mais indicado é buscar ajuda psicoterapêutica especializada para receber um diagnóstico preciso.
Quais os tratamentos?
Por ser um transtorno psicológico incapacitante, a acrofobia deve ser tratada por especialistas. O intuito é melhorar a qualidade de vida do indivíduo e evitar o desenvolvimento de outras doenças físicas e mentais, como a depressão.
A estratégia de tratamento deve ser elaborada de forma individual e personalizada, atendendo às necessidades de cada pessoa. Há vários tipos de tratamento para fobias, mas alguns são mais recomendados por sua eficácia comprovada.
Psicoterapia
Algumas abordagens terapêuticas têm mostrado resultados positivos no tratamento de transtornos de ansiedade, como a psicanálise e, principalmente, a terapia cognitivo-comportamental. A escolha de uma dessas modalidades depende de vários aspectos, como:
• o grau de evolução do transtorno;
• o histórico clínico;
• os sintomas apresentados;
• e as preferências do paciente.
De modo geral, as psicoterapias baseiam-se na aplicação de técnicas e métodos psicológicos, visando um determinado objetivo, que pode ser desde a solução de problemas e a modificação de comportamentos até a formação de novas concepções do indivíduo sobre si mesmo e o mundo.
Esse tipo de tratamento costuma ser longo, o que demanda um número grande de sessões.
Hipnoterapia
Outra modalidade eficaz no tratamento clínico de fobias é a terapia com hipnose, ou a hipnoterapia.
Essa modalidade terapêutica tem início com uma avaliação feita por um profissional qualificado, para entender as necessidades e as expectativas da pessoa atendida.
Essa abordagem utiliza técnicas hipnóticas para descobrir as causas, as memórias e os sentimentos relacionados aos problemas apresentados, que, na maioria das vezes, são desconhecidos pelo próprio indivíduo.
A hipnose usa os estados alterados de consciência, levando a pessoa a enfrentar seus medos ou traumas por meio do transe. Em poucas sessões, a hipnoterapia traz benefícios à saúde e à autoestima ao auxiliar na superação da acrofobia e de outros transtornos físicos e mentais.
Medicamento
Em casos mais avançados de acrofobia, o uso de medicamentos pode ser necessário para minimizar os sintomas na fase inicial do tratamento.
A prescrição de qualquer fármaco deve ser feita por um médico especialista, podendo ser combinada com as sessões de psicoterapia ou hipnoterapia para a obtenção de melhores resultados.
O medo irracional de altura pode gerar sofrimento e trazer limitações no trabalho, nos relacionamentos pessoais ou nas atividades do dia a dia.
Isso porque os acrofóbicos costumam evitar ao máximo situações que desencadeiem ou piorem alguns dos sintomas desse transtorno, como mal-estar, ataque de pânico e outros citados aqui.
É por isso que a procura por informações e ajuda psicoterapêutica para o tratamento do medo de altura é de extrema importância para garantir mais qualidade de vida e independência para quem sofre desse transtorno.